Merqueo, startup de entrega de mercado, registra pedido para IPO na Nasdaq

Startup de delivery colombiana pode quebrar a seca de ofertas iniciais de empresas novatas da América Latina; valores da oferta ainda não estão definidos

A startup, que também tem operações no Brasil, compete com gigantes do setor do delivery latino-americano como o iFood, a Rappi
28 de Dezembro, 2022 | 07:48 AM

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Bloomberg Línea - Bogotá — A Merqueo, uma startup de entrega de supermercado com sede na Colômbia, iniciou os procedimentos para fazer uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) que permitirá sua listagem na Nasdaq, em Nova York, de acordo com um documento da comissão de valores mobiliários dos Estados Unidos, a SEC.

A startup, que também tem operações no Brasil, compete com gigantes do setor do delivery latino-americano como o iFood, a Rappi, e novos entrantes como a mexicana Justo e a Jokr. No Brasil, a Jokr é representada pela Daki, que, segundo pessoas familiarizadas com o assunto, recentemente recebeu uma nova rodada de investimento elevando seu valuation - já era de unicórnio desde 2021.

Se o IPO for bem-sucedido, a Merqueo será a primeira empresa de delivery latino-americana a entrar no mercado de capitais dos Estados Unidos, em um momento em que as ofertas públicas iniciais secaram.

Até o momento a empresa não informou quanto pretende levantar em seu IPO nem o preço pelo qual subscreverá os papéis na Nasdaq. Um investidor de capital de risco consultado pela Bloomberg Línea afirmou, em condição de anonimato, que o tipo de negócio de delivery por aplicativo “queima muito caixa”.

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A Merqueo, que tinha anunciado expansão para o México, disse em junho deste ano que estava deixando as operações no país. Em 2022, a Merqueo recebeu US$ 22 milhões do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).

Em 2021, a empresa recebeu US$50 milhões em uma rodada Série C liderada pela IDC Ventures, Digital Bridge e IDB Invest, com participação do MGM Innova Group, Celtic House Venture Partners e Palm Drive Capital.

No documento à SEC, a Merqueo explicou que é uma “empresa emergente em crescimento” de acordo com as leis federais de valores mobiliários aplicáveis e estará sujeita a requisitos reduzidos de relatórios de empresas públicas. “Investir em nossos títulos envolve um alto grau de risco”, disse.

Além disso, esclarece que os investidores não terão direito às proteções normalmente concedidas aos investidores nas ofertas de cheques em branco da Regra 419.

Ela explicou à SEC que, após a conclusão da reorganização societária, seu capital social autorizado é: US$ 2.129.899 dividido em 12.000.000.000 ações.

A companhia irá, antes da conversão das ações preferenciais emitidas e em circulação em ações ordinárias classe A, efetuar um grupamento de ações pelo fator de 320,2x, o que efetivamente reduzirá o número de ações em circulação (“Grupo de Ações”), pelo qual o novo capital social da empresa será de US$ 2.129.899, dividido em 37.477.477 ações.

O acordo de acionistas da Merqueo Holdings prevê certos direitos dos acionistas, incluindo a nomeação de membros do conselho de administração, direitos de subscrição preferencial, tag-along e drag-along. O acordo de acionistas também prevê certas maiorias de votos especiais. Esses direitos de acionista serão extintos após a conclusão bem-sucedida da oferta pública inicial.

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Segundo os documentos informados à SEC, os maiores acionistas da Merqueo são entidades afiliadas à Portland Private Equity, que controla 33,21% da empresa. Em seguida estão as entidades filiadas à Fuel Venture Capital com 19,23%, e as entidades filiadas à MGM com uma participação de 6,91%. As entidades filiadas à BLAO detêm 5,31%.

Atualmente, o CEO da Merqueo é Felipe Ossa, ex-diretor administrativo da Domicilios.com, que foi adquirida pelo brasileiro iFood e pela Delivery Hero. Ossa substituiu Miguel McAllister, que co-fundou a Merqueo com José Calderón (da RobinFood), no cargo de diretor executivo da empresa.

-- Com informações de Isabela Fleischmann.

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Daniel Guerrero

Jornalista e mestre em comunicação política e estratégica. Especializado em jornalismo económico. Antigo coordenador editorial da agência de notícias Primera Página e ex-jornalista macro no diário Portafolio.