Por que a Minerva se tornou o destaque entre as ações de frigoríficos

Empresa que tem foco no mercado brasileiro foi beneficiada pela maior oferta de gado no país, enquanto as rivais JBS e Tyson enfrentam custos maiores nos EUA

As ações da empresa subiram cerca de 17% este ano
Por Tatiana Freitas
27 de Dezembro, 2022 | 03:36 PM

Bloomberg — Em um ano difícil para a maioria dos frigoríficos na bolsa de valores, a valorização das ações da Minerva (BEEF3) é um destaque. A companhia tem sido beneficiada pelo cenário de ampla oferta de gado no Brasil, o que eleva suas margens, ao mesmo tempo em que seus rivais com operação nos Estados Unidos são espremidos pelo alto custo da matéria-prima.

As ações da empresa subiram cerca de 17% este ano, enquanto frigoríficos com maior peso nos Estados Unidos como Tyson Foods (TSN) e JBS (JBSS3) caíram 30% e 45%, respectivamente, revertendo os ganhos de 2021.

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Enquanto a escassez de oferta de gado nos Estados Unidos está restringindo os lucros das empresas que produzem carne bovina no país, os pecuaristas no Brasil – principal mercado da Minerva – expandiram seus rebanhos. Essa tendência deve se estender até 2023.

Vacuno

O governo americano prevê queda de 7,5% na produção doméstica de carne bovina no próximo ano, depois que o clima desfavorável levou os fazendeiros do país a abater as vacas este ano. A Tyson recentemente cortou sua perspectiva para ganhos, enquanto a JBS destacou que sua diversificação pode compensar as margens mais baixas de carne bovina nos Estados Unidos.

Ao mesmo tempo, os preços do boi gordo no Brasil podem cair em meio a um aumento da oferta. JBS e Marfrig (MRFG3), também sediadas no Brasil, podem se beneficiar. Mas a Minerva é vista como a principal beneficiária devido ao maior foco em seu país de origem.

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“Acreditamos que há uma história de valor brilhante para a Minerva à frente”, escreveram analistas do BTG Pactual em relatório na semana passada.

Enquanto o número de bovinos disponíveis para abate deve aumentar significativamente no Brasil, os preços da carne bovina devem permanecer em níveis elevados em todo o mundo em meio à menor oferta dos Estados Unidos e aos grãos mais caros, escreveram os analistas. No mês passado, o CEO da Minerva Fernando Galetti de Queiroz disse que as empresas sul-americanas vão tomar participação de mercado dos Estados Unidos.

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