Juros precisam atingir nível ‘restritivo’, diz diretora do Banco Central Europeu

Isabel Schnabel, integrante do conselho executivo do BCE, afirma que a autoridade monetária está fazendo o necessário para trazer a inflação de volta à meta na zona do euro

'Com a inflação às vezes ultrapassando 10%, dificilmente podemos falar de estabilidade de preços'
Por Ros Krasny
26 de Dezembro, 2022 | 01:22 PM

Bloomberg — A integrante do conselho executivo do Banco Central Europeu (BCE) Isabel Schnabel diz que as taxas de juros terão que entrar em “território restritivo” para trazer a inflação de volta à meta.

O perigo de uma reação exagerada do BCE “continua a ser limitado, já que as taxas de juros reais ainda estão muito baixas”, disse Schnabel em entrevista ao Frankfurter Allgemeine Zeitung realizada em 16 de dezembro, um dia após a mais recente reunião de política monetária do BC europeu, publicada no sábado (24).

PUBLICIDADE

Refletindo sobre a série de quatro aumentos de juros do BCE, Schnabel disse que o banco central está fazendo “o que é necessário” para trazer a inflação de volta para 2%. Ela ecoou a posição da presidente do BCE, Christine Lagarde, que disse que os aumentos das taxas continuarão “por um período de tempo.”

“De acordo com nossa avaliação, essa taxa de juros está em território restritivo – ou seja, acima da taxa de juros neutra – mesmo que o nível exato ainda seja desconhecido”, disse Schabel.

Com o banco central agora apontando para uma taxa terminal mais alta do que muitos participantes do mercado esperavam, “chegar a um consenso” sobre os próximos passos “certamente não será mais fácil”, disse Schabel.

PUBLICIDADE

“Muitas pessoas” subestimaram o aumento dos preços à medida que as medidas da covid-19 diminuíam, disse Schnabel. “Eles pensaram que as interrupções na cadeia de suprimentos seriam resolvidas mais rapidamente. Mas isso levou muito mais tempo do que o esperado.”

As projeções do BCE antecipam a inflação “notavelmente” acima de 2% durante um período prolongado que provavelmente se estenderá até 2025.

“Uma longa fase de inflação muito alta – como estamos vendo atualmente – é, portanto, problemática. Isso torna ainda mais importante reagir de forma decisiva”, disse Schabel. “Com a inflação às vezes ultrapassando 10%, dificilmente podemos falar de estabilidade de preços.”

PUBLICIDADE

Veja mais em Bloomberg.com

Leia também

Batalha contra a inflação não está ganha e recessão virá em 2023, mostra pesquisa