Bloomberg — A decisão do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva de colocar seu vice Geraldo Alckmin no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior resolve ao menos um problema em potencial dentro da equipe econômica.
O posto, explica um interlocutor do novo governo, exige um perfil conciliador para lidar não só com o mercado, mas com Aloizio Mercadante no BNDES. Nesse quesito, Alckmin é o candidato ideal. Fará um papel diplomático não apenas para fora, com investidores que reagiram mal às primeiras indicações para a equipe econômica, como para dentro, na relação com o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad e com Mercadante.
Com o indemissível Alckmin alinhado com Haddad, seria mais fácil passar ao mercado a imagem de que a política econômica do novo governo apontará para o centro e que não haverá volta a erros do passado.
Planejamento e Gestão
Lula queria um político no comando do Ministério do Planejamento. Foi por isso que pediu que Haddad sondasse o senador eleito Renan Filho (MDB-AL) para o cargo. A sigla, no entanto, avalia hoje que a pasta é pequena e tem menos visibilidade. Seria mais interessante para o MDB ocupar pastas com maior entrega como Cidadania ou mesmo Minas e Energia.
Também aventou a possibilidade de trazer o senador eleito Wellington Dias para o posto, mas acabou dando ao aliado a pasta do Desenvolvimento Social. Com isso, Lula tentou trazer o economista André Lara Resende para a pasta em aceno ao mercado — mas a resposta foi não.
As conversas agora se voltaram para um político novamente.
As negociações da PEC da Transição não interromperam a campanha de Arthur Lira por sua reeleição como presidente da Câmara. O deputado se comprometeu a entregar a Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) a relatoria da reforma tributária que Lula quer tentar aprovar ainda em 2023.
Não assina
A apatia do presidente Jair Bolsonaro depois da derrota nas urnas para Lula deixou a equipe econômica de mãos atadas num projeto para lançar títulos públicos atrelados a projetos ESG. Decreto que cria um grupo interministerial para discutir o tema aguarda há semanas no Palácio do Planalto o aval do presidente. Mas Bolsonaro simplesmente não assina.
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