Natal das startups: as empresas que receberam aportes na América Latina

Na reta final de um ano de queda no investimento em capital de risco, mexicana Aviva e brasileiras Klubi e Jusfy conseguiram fechar aportes de fundos

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Bloomberg Línea — Em um ano em que o financiamento para startups de estágio avançado despencou 92% no terceiro trimestre em comparação com o mesmo trimestre de 2021, de acordo com dados da Associação para Investimento de Capital Privado na América Latina (Lavca), startups em estágio inicial da América Latina ainda conseguiram receber “presentes de Natal” nesta semana.

Startups latino-americanas de biotecnologia se reuniram nesta semana em Miami no evento BioHunt, liderado pelo chileno The Ganesha Lab, com investidores entusiasmados com novas empresas de biotecnologia emergentes da América do Sul e Central.

No encontro em que participaram mais de 100 atores do ecossistema empreendedor, entre especialistas, mentores e investidores anjos dos Estados Unidos e da América Latina, avaliou-se que a indústria de biotecnologia atingiria um valor de US$ 304 bilhões globalmente, e a América Latina é a área que concentra a maior parte desse mercado. O México, em especial, mostra interesse em crescer nesse setor.

Mesmo com novas empresas surgindo, segue difícil levantar valuations muito altos, o que significa que o mercado é favorável para startups nos estágios pre-seed e seed, segundo Markus Schreyer, CEO e fundador do The Ganesha Lab. “É necessário ir para os Estados Unidos, lançar a Série A em busca de US$ 30 milhões ou US$ 40 milhões em avaliações de US$ 100 milhões”, afirmou.

Estas foram as startups que captaram nesta semana:

Aviva

A Aviva, uma fintech mexicana, recebeu US$ 2,2 milhões em sua rodada pré-seed, uma das maiores nesta fase da América Latina em um ano difícil para levantar capital.

A rodada foi liderada pelo fundo mexicano Wollef, com a participação do fundo argentino Newtopia VC, do fundo e acelerador suíço Seedstars International Ventures, 500 Startups e do mexicano Xtraordinary VP, além de uma dezena de investidores anjos da América Latina.

A Aviva busca ser um banco digital que atende a base da pirâmide. Isso significa que, diferentemente de outros bancos do mercado, a empresa não procura clientes já bancarizados atendidos por bancos tradicionais, mas àqueles que ainda não possuem contas bancárias, segundo o cofundador e sócio geral do fundo mexicano Wollef Ventures, Cristóbal Perdomo.

Klubi

A startup brasileira de serviços financeiros Klubi, fintech autorizada pelo Banco Central para operar como administradora de consórcios no país, recebeu R$ 30 milhões.

O Vivo Ventures, Corporate Venture Capital (CVC) da empresa de telecomunicações Vivo, participou da rodada com um aporte de R$ 10 milhões por meio de aquisição de debêntures conversíveis em participação acionária. Este é o segundo investimento do Vivo Ventures, lançado há oito meses.

O Klubi atualmente oferece consórcio de automóveis. O fundador da startup, Eduardo Rocha, os investidores Paulo Veras (fundador da 99) e Guilherme Bonifácio (fundador do iFood), assim como a Igah Ventures e sócios da Cyrela, investidores atuais do Klubi, acompanharam a rodada.

Jusfy

A Jusfy, startup jurídica brasileira, recebeu um investimento Seed de R$ 7 milhões da SaaSholic, Harvard Angels, Norte Ventures e de investidores anjo como João Costa, da KOVI, Victor Lazarte da Wildlife, Daniel Arbix, diretor-jurídico do Google, Ricardo Goldfarb, da Lojas Marisa, Alexandre Dubugras, co-fundador da Alude, entre outros nomes do mercado.

A SaaSholic foi a líder da rodada, aportando cerca de U$ 500 mil. A ferramenta da Jusfy oferece recursos jurídicos e financeiros para integrar advogados e contadores.

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