Bloomberg — Os investidores globais fugiram de ações em um ritmo recorde depois que os principais bancos centrais sinalizaram que continuarão a luta contra a inflação, um final adequado para o pior ano para renda variável desde a crise financeira de 2008.
Os fundos de ações globais sofreram resgates líquidos de quase US$ 42 bilhões na semana até 21 de dezembro – a maior saída de todos os tempos – depois que o Federal Reserve, o Banco Central Europeu e o Banco do Japão se mostraram firmes em suas perspectivas de política monetária agressiva para o próximo ano.
Números do Bank of America (BAC), Citigroup (C) e Barclays, todos citando dados da EPFR Global, mostram que os investidores também retiraram dinheiro de fundos de renda fixa e de alta liquidez.
No ano, a renda variável ainda registra entradas líquidas de US$ 166,5 bilhões, sugerindo que os investidores ainda não ajustaram suas posições totalmente e que 2023 pode trazer novas quedas.
Os fundos de renda fixa, por outro lado, tiveram saídas de US$ 257 bilhões, e o estrategista do Bank of America Michael Hartnett disse que espera que a classe de ativos supere as ações no primeiro semestre do próximo ano.
A recuperação das ações americanas no último trimestre desandou em dezembro, e o índice S&P 500 se firmou em uma tendência de queda, a caminho do declínio anual mais acentuado desde 2008.
“Com muitos dos problemas de 2022 ainda não resolvidos, os investidores devem se preparar para um começo de ano difícil em 2023”, disse o estrategista do Barclays Emmanuel Cau. “O debate sobre inflação versus recessão, perspectivas de lucros, reabertura da China e o conflito na Ucrânia provavelmente continuarão a dominar a agenda do mercado.”
No Reino Unido, os fundos de ações acumularam seus maiores saques líquidos de todos os tempos em 2022, de US$ 26,3 bilhões, mostraram os dados do EPFR. Com resgates por 45 semanas seguidas, os fundos europeus estão a caminho de seu pior ano desde 2016.
-- Com a colaboração de Michael Msika e Jan-Patrick Barnert.
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