Dados de inflação ditam tom dos mercados e mais 4 assuntos do Brasil e do mundo

Confira os principais temas que vão ditar o sentimento dos mercados nesta sexta-feira (23)

Dados dos EUA e do Brasil são divulgados nesta sexta-feira (23)
23 de Dezembro, 2022 | 08:22 AM

Bloomberg Línea — A antevéspera do Natal conta com a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) – o último dado relacionado à inflação no Brasil a ser divulgado este ano.

Por aqui, os investidores continuam a digerir nesta sexta-feira (23) as indicações do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para os ministérios, enquanto aguardam o anúncio dos últimos nomes, que deve acontecer na próxima semana.

Nos Estados Unidos, as atenções também recaem sobre dados de inflação, com a divulgação do Índice de Preços para Despesas com Consumo Pessoal (PCE) pela manhã. Na China, o aumento no número de casos de covid-19 pressiona o país, que tenta reabrir sua economia.

Confira as notícias que devem movimentar os mercados nesta sexta-feira (23):

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1. Inflação

Com o aumento dos preços ditando o rumo dos ativos financeiros em 2022 e levando a políticas agressivas de aperto monetário por parte de bancos centrais ao redor do mundo, os investidores ficam atentos nesta sexta-feira à divulgação de dados de inflação no Brasil e nos Estados Unidos. Às 9h, no horário de Brasília, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publica o IPCA-15, prévia da inflação oficial para dezembro deste ano. A expectativa é de alta pelo terceiro mês consecutivo.

Segundo a Ativa Investimentos, “enquanto a mediana do mercado aposta em uma taxa de 0,54%, nós projetamos algo mais intenso, 0,59%, sob a perspectiva de que o índice de dezembro já traga parte da ‘devolução’ observada no IPCA-15″.

Nos EUA, às 10h30 é divulgado o PCE. Ainda que o dado seja de novembro, o núcleo de preços é um parâmetro importante para o Federal Reserve (Fed) medir o ritmo da economia e calibrar sua política monetária.

“Diferentemente do Brasil, onde a sensibilidade à inflação corrente vai diminuindo frente aos receios fiscais, nos EUA os desvios frente ao esperado deverão trazer severas implicações sobre a perspectiva monetária. A desaceleração da autoridade na última reunião sugere que na próxima não será desprezível a chance de assistirmos a uma nova alta mais branda, o que implicaria uma busca pela estabilidade do juro muito em breve”, afirma o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez.

2. Ministérios de Lula

Ontem, o presidente eleito Lula anunciou mais 16 nomes que irão compor seu ministério, com o vice-presidente Geraldo Alckmin indicado para a pasta da Indústria e Comércio. Em entrevista coletiva, Lula afirmou que outros 13 nomes serão anunciados na “segunda ou terça” da próxima semana.

Analistas do mercado financeiro apontaram que as falas de Lula pouco mexeram nos ativos domésticos na sessão de quinta-feira (22).

Para Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, não houve qualquer surpresa ou nome de peso. “Bolsa e dólar oscilaram mais ao longo do dia por conta de fatores externos, como indicadores dos Estados Unidos, que tiveram mais peso na movimentação dos ativos”, comentou.

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3. Mercados

Os contratos futuros dos Estados Unidos avançam na manhã desta sexta-feira antes da divulgação dos dados de inflação. Na quinta-feira, o índice Nasdaq, com grande exposição ao setor de tecnologia, caiu 2,2%, com dados mostrando a força no mercado de trabalho e a resiliência nos gastos do consumidor.

Na Europa, o índice Stoxx Europe 600 abriu em alta de 0,2%, estendendo seu avanço semanal para 0,8%.

Dados econômicos validando o tom agressivo do Fed geraram um tom pessimista para os mercados nesta semana, colocando as ações de tecnologia a caminho de seu pior dezembro desde o estouro da bolha do pontocom há duas décadas.

Na China, os casos de covid-19 aumentam, causando preocupações. Quase 37 milhões de pessoas na China podem ter sido infectadas em um único dia desta semana, de acordo com estimativas da principal autoridade de saúde do governo, tornando o surto do país de longe o maior do mundo.

Os índices asiáticos fecharam o dia misto, com o Hang Seng em queda de 0,44%. No Japão, o Nikkei 225 caiu 1,03%.

4. Manchetes do dia

Estadão: Desafio de Lula agora é consolidar a frente ampla no governo: veja os principais entraves

Folha de S. Paulo: Ativistas elogiam diversidade em ministérios de Lula, mas cobram mais investimentos

O Globo: Simone Tebet se reúne hoje com Lula, e racha no MDB pode levá-la ao comando do Ministério das Cidades

Valor Econômico: Valor de fintechs cai US$ 42,6 bi no ano; ações do Nubank derretem quase 60% em 2022

5. Agenda

Além dos dados de inflação, nos Estados Unidos, às 12h (horário de Brasília), são divulgados o índice de confiança do consumidor referente a dezembro e o de vendas de novas moradias. Às 17h30, o Brasil, a Zona do Euro e os EUA divulgam as posições líquidas de especuladores no relatório da CFTC.

-- Com informações da Bloomberg News

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Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.