Wall Street tem ‘sell-off’ após dados sugerirem economia mais forte nos EUA

Novos dados da economia dos Estados Unidos geram preocupação de que o Fed tenha um caminho mais longo em seu combate à alta dos preços

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Bloomberg — Ações tiveram dia de queda nos Estados Unidos nesta quinta-feira (22), com investidores reagindo a novos dados que validam a avaliação do Federal Reserve, o banco central americano, de que a economia está robusta o suficiente para suportar mais aperto monetário.

O índice S&P 500 caiu 1,45% no fechamento, enquanto as perdas do Nasdaq 100, com grande exposição ao setor de tecnologia, ficaram em 2,18%. Uma perspectiva sombria da fabricante de chips Micron Technology Inc. (MU) derrubou suas ações e pesou em ambos os índices.

O alerta da empresa compensou parte do otimismo alimentado na quarta-feira (21) por dados mostrando a forte confiança do consumidor dos EUA e um novo declínio nas expectativas de inflação. A CarMax Inc. (KMX) também caiu depois de divulgar lucros que ficaram aquém das expectativas já deprimidas, aprofundando as preocupações com o enfraquecimento do mercado de carros usados dos EUA.

O rendimento do Tesouro de dois anos, sensível à política monetária, subiu para cerca de 4,26%.

Nesta quinta-feira (22), novos dados apontaram para uma economia resiliente nos EUA, gerando preocupação de que o Fed tenha um caminho mais longo para corrigir o aumento dos preços. Além disso, os pedidos iniciais de auxílio-desemprego subiram menos do que o previsto na semana encerrada em 17 de dezembro, ressaltando a força do mercado de trabalho.

Ainda na agenda de indicadores, o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre foi revisado para 3,2% - em comparação com um avanço de 2,9% relatado anteriormente - com gastos mais firmes.

“É interessante ver os mercados se moverem em uma terceira revisão do PIB. Já obtivemos esses dados algumas vezes, foram revisões muito grandes”, disse Veronica Clark, economista do Citigroup (C) à Bloomberg Television. “Os mercados esperam ver uma inflação mais branda agora e não estamos conseguindo.”

O grande declínio do S&P 500 neste mês contrasta com um ganho médio de 1,5% nos meses de dezembro desde 1950, de acordo com analistas da SEB.

Enquanto isso, crescem as preocupações de que os investidores japoneses possam ser persuadidos a trazer para casa alguns dos trilhões de dólares que estocaram em ações e títulos estrangeiros, à medida que o iene e os rendimentos dos títulos locais aumentam após o pivô hawkish desta semana do Banco do Japão.

Isso poderia aumentar ainda mais os custos globais de empréstimos e prejudicar o já esfriado crescimento econômico, com os títulos da zona do euro vistos como especialmente vulneráveis.

-- Atualização às 19h (horário de Brasília).

-- Com a colaboração de Cecile Gutscher, Rheaa Rao e Peyton Forte.

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