Próximo secretário do Tesouro trabalhou com Haddad na prefeitura de São Paulo

Rogério Ceron comandará o Tesouro, enquanto Guilherme Mello será secretário de Política Econômica, segundo anúncio do futuro ministro da Fazenda nesta quinta-feira

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Bloomberg Línea — O futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta quinta-feira (22) os nomes remanescentes do primeiro escalão da pasta. O auditor fiscal Rogério Ceron será secretário do Tesouro, enquanto Guilherme Mello comandará a Secretaria de Política Econômica.

Além deles, o advogado Robinson Barreirinhas foi anunciado como secretário da Receita Federal e o advogado Marcos Barbosa Pinto será secretário de Reformas Econômicas - essa secretaria cuidará de todas as reformas, exceto a reforma tributária, que ficou a cargo do economista Bernard Appy.

Após o anúncio dos secretários às 14h, o Ibovespa passou a oscilar com leve queda - que chegava a 0,3% perto das 15h. O dólar opera com desvalorização de 0,40%, negociado a R$ 5,17.

Quem é quem

Rogério Ceron foi secretário de Finanças da cidade de São Paulo quando Haddad foi prefeito. No anúncio feito nesta quinta, o futuro titular da Fazenda disse que Ceron foi um dos principais responsáveis por ter conseguido o grau de investimento para a capital paulista, em 2015, e foi um dos arquitetos do plano econômico que transformou a cidade em credora líquida.

Foi Ceron um dos principais negociadores da dívida de São Paulo com a União. Ao final das negociações, a cidade conseguiu reduzir o débito em quase R$ 30 bilhões. “Ele transformou uma cidade quebrada em uma cidade credora”, disse Haddad.

Ceron é economista formado pelo Unicamp e é auditor fiscal de São Paulo. Ele é presidente da SP Parcerias, órgão da prefeitura da capital paulista responsável por concessões, privatizações e parcerias público-privadas (PPP). Deixará o cargo para assumir a Secretaria do Tesouro.

A secretaria é um dos órgãos mais importantes do Ministério da Fazenda - e, consequentemente, do governo federal. É responsável pelo Orçamento da União, pela contabilidade do governo federal, pela administração das dívidas públicas e pelas negociações da União com os estados e municípios.

Guilherme Mello, que comandará a Secretaria de Políticas Econômicas, ganhou destaque na equipe de Lula na campanha deste ano. Ele foi um dos autores do plano de governo na área econômica, junto com Gabriel Galípolo, que será secretário-executivo da Fazenda.

Mello é formado pela PUC de São Paulo e doutor em Economia pela Unicamp. É visto como um dos economistas “progressistas” da equipe do governo.

Na transição, trabalhou junto com Persio Arida, André Lara Resende e Nelson Barbosa no levantamento de informações sobre a área econômica do governo de Jair Bolsonaro (PL) e na proposição de políticas públicas.

Segundo Haddad, Mello “teve papel decisivo em elaborar os argumentos que fossem os mais sólidos para nortear as negociações da PEC da Transição”, aprovada e promulgada nesta quarta-feira (21) pelo Congresso.

Robinson Barreirinhas trabalhou com Haddad na prefeitura de São Paulo quando Marta Suplicy era prefeita. Segundo o ministro nomeado, Barreirinhas atuou na reestruturação das finanças da capital paulista depois da gestão de Celso Pitta.

Marcos Barbosa Pinto é advogado e trabalhou com Haddad no Ministério do Planejamento, no primeiro governo Lula, quando Guido Mantega era o ministro. O futuro ministro da Fazenda contou nesta quinta que Pinto foi coautor da Lei das PPPs (Parcerias Público-Privada) e do Prouni, programa de financiamento de estudantes em universidades particulares.

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