Dan Loeb, da Third Point, e outros gestores criticam Cathie Wood por ‘stonks’

CEO da Ark Investment e defensora de ações de crescimento é responsabilizada nas redes por supostamente ter ajudado a inflar onda especulativa

Cathie Wood
Por Paulina Cachero
22 de Dezembro, 2022 | 09:09 AM
Últimas cotações

Bloomberg — Tem sido um ano difícil para Cathie Wood. E os críticos estão aumentando.

A fundadora da gestora Ark Investment Management, que aparentemente estava imune a erros sobre o aumento dos valuations na pandemia, viu a disparada da inflação e as taxas de juros elevadas esmagarem os retornos dos seus fundos de índice negociados em bolsa em 2022.

O carro-chefe Ark Innovation ETF, outrora sinônimo de retornos que superam o mercado, caiu mais de 65% neste ano por causa de uma forte onda de liquidação – sell-off – de ações de tecnologia como as da Tesla (TSLA) e as do Zoom Video Communications (ZOOM).

A defesa de Wood há muito tempo é que sua gestora apoia empresas prontas para mudar o mundo e que não investe em companhias maduras que atendam a “investidores de curto prazo”.

PUBLICIDADE

Dan Loeb, um investidor de “valor” de longa data, não está impressionado.

O bilionário, que comanda a gestora Third Point, com sede em Nova York, disse em um tuíte na quarta-feira (21) que um memorando de Wood deveria ser usado em aulas para estudar a “mentalidade dos stonk hodlers” – um termo usado para zombar dos investidores online que se apegam a suas posições independentemente do que está acontecendo no mercado.

Cliff Asness, que no início deste ano ridicularizou Wood por uma previsão econômica extremamente otimista, foi rápido em apoiar Loeb na rede. O head da AQR Capital Management culpou Wood em um tuíte pela “mania” no mercado quando as taxas de juros estavam baixas e as ações disparavam.

Em seguida, foi a vez do CEO do Jefferies Financial Group, Rich Handler, que falou sobre maneiras de usar o fluxo de caixa para expandir um negócio em vez de aumentar as receitas e o valuation.

O memorando de Wood, publicado no início deste mês, defendeu a estratégia de sua gestora contra críticas de que ela investe em “capital conceitual” e em empresas que não conseguem gerar lucro. Wood também mirou empresas que adicionam alavancagem a seus balanços para pagar dividendos ou recomprar ações sem investir em inovação.

“As empresas nas quais investimos estão sacrificando lucros de curto prazo para capitalizar o crescimento exponencial e as oportunidades altamente lucrativas que várias plataformas de inovação estão criando”, escreveu ela.

As maiores participações acionárias de Loeb no último trimestre incluem Colgate-Palmolive Co., PG&E, do setor de utilities (serviços públicos), e o conglomerado Danaher.

PUBLICIDADE

Veja mais em Bloomberg.com

Leia também:

Onde investir em 2023: gestores apontam as melhores oportunidades de ganhos

Fundo multimercado da XP revê principal posição e espera Brasil ‘medíocre’ em 2023