Mercadante tenta atrair nomes de mercado para a diretoria do BNDES

Novo chefe provavelmente mudará o rumo do banco, que reduziu para mais da metade suas participações acionárias desde o início do governo Bolsonaro

Investidores têm mostrado preocupação com a enorme influência do Partido dos Trabalhadores nas principais decisões de política econômica do novo governo
Por Martha Beck
21 de Dezembro, 2022 | 08:12 PM

Bloomberg — O economista e presidente da Fundação Perseu Abramo, Aloizio Mercadante, está em conversas com gestores de fundos, banqueiros e representantes do setor industrial para discutir seus planos para o banco de desenvolvimento.

Durante um desses encontros, ele anunciou uma série de nomes mais alinhados com o mercado financeiro para as diretorias do BNDES, segundo sua assessoria de imprensa. Entre os nomes estão: José Luis Gordon, presidente da Embrapii, Natalia Dias, CEO do Standard Bank Brasil e Luciana Costa, presidente do banco francês Natixis no Brasil. O ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa também irá para o BNDES.

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Desde a indicação de Fernando Haddad como ministro da Fazenda por Lula, os investidores mostram preocupação com a enorme influência do Partido dos Trabalhadores nas principais decisões de política econômica do novo governo. Muitos esperavam que economistas do grupo centrista do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin assumissem cargos importantes no ministério.

O novo governo busca reduzir a reação negativa dos mercados aos primeiros nomes anunciados para a equipe econômica ao trazer André Lara Resende, um dos economistas que desenvolveram o Plano Real, como ministro do Planejamento, disseram duas pessoas a par do assunto, que pediram anonimato porque as discussões não são públicas.

Lara Resende não respondeu imediatamente a pedido de comentário da Bloomberg News.

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Mercadante provavelmente mudará o rumo do BNDES, que reduziu para mais da metade suas participações acionárias desde o início do governo de Jair Bolsonaro, em 2019. Ele já criticou publicamente o encolhimento do BNDES no governo Bolsonaro.

Segundo Mercadante, o governo quer que o BNDES aumente os empréstimos e financiamentos às micro e pequenas empresas, apoiando as startups e a reindustrialização do país. Ele também planeja apoiar projetos ESG.

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