Bloomberg Línea — A continuação de “Avatar”, de James Cameron, “Avatar: O caminho da água”, tem decepcionado nas bilheterias, com um faturamento global de US$ 441,7 milhões, abaixo do esperado e chegaram a derrubar as ações da Walt Disney (DIS) na segunda-feira (19). Os papéis da empresa fecharam o dia em queda de 4,77%, a US$ 85,78 — seu nível mais baixo desde o começo da pandemia. Já nesta terça, as ações buscavam recuperação e subiam.
As expectativas para o filme, lançado no dia 14 de dezembro, eram altas. E, até o momento, não foram atendidas. Nos Estados Unidos e no Canadá, era esperado que o filme gerasse de US$ 145 milhões a US$ 179 milhões no final de semana após a estreia, segundo o Boxoffice Pro.
No sábado (17) e domingo (18), a produção faturou US$ 134,1 milhões em ambos os países. No sábado, a Disney reduziu para US$ 130 milhões a previsão de faturamento que antes era de mais de US$ 150 milhões.
No Brasil, de 15 a 18 de dezembro, o filme mais visto foi a nova produção de Avatar, faturando US$ 9,1 milhões em bilheterias, segundo o Box Office Mojo. No entanto, por aqui, a semifinal e a final da Copa do Mundo de 2022 podem ter atrapalhado as vendas nos cinemas — e, neste fim de semana, o Natal pode atrapalhar ainda mais os planos da Disney.
Segundo a Bloomberg News, os estúdios de cinema, como a AMC Entertainment, estão decepcionados. Em comunicado enviado na segunda, a AMC afirmou que “a receita no fim de semana estava substancialmente à frente do mesmo período pré-pandêmico de 2019, quando o filme Jumanji: The Next Level estreou”. Na semana passada, o CEO da AMC, Adam Aron, havia publicado em seu perfil no Twitter que “assistir o filme nas telonas se tornaria um fenômeno global”.
Dados da Comscore apontam que o segundo Avatar está empatado em quinto lugar com “O Batman”, da Warner Bros, como as maiores bilheterias no fim de semana de estreia do mercado dos Estados Unidos. Outros filmes da Disney lideram o ranking: “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura” gerou US$ 187 milhões, enquanto “Pantera Negra: Wakanda Forever” faturou US$ 181 milhões.
É possível, no entanto, que o resultado seja revertido. Em sua primeira semana, o antecessor “Avatar” faturou US$ 77 milhões e, mais tarde, se tornou a maior bilheteria do mundo.
O momento Disney
Recentemente, a Disney trocou seu CEO. Bob Chapek deixou o cargo para que Bob Iger, ex-comandante da empresa, voltasse à posição após quase três anos longe dela. Iger deve ficar dois anos no cargo até encontrar um novo substituto. Iger, que havia ficado 15 anos como CEO da Disney antes de Chapek, volta à empresa em um momento desafiador da empresa.
Na última divulgação de resultados feita pela companhia, referentes ao quarto trimestre fiscal deste ano, a Disney reportou queda no streaming. Enquanto os parques tiveram uma receita de US$ 7,42 bilhões no trimestre, um aumento de 36% em relação ao ano anterior, o Disney+ teve receita mensal média por assinante pago nos Estados Unidos caindo de US$ 6,81 bilhões para US$ 6,10 bilhões. Segundo a Disney, isso aconteceu devido a um mix maior de assinantes para ofertas de vários produtos, parcialmente compensado por um aumento no varejo.
No começo do ano passado, ainda com números altos de infecção pela covid-19, a Disney lançou o filme “Viúva Negra” no Disney+, por um valor adicional de R$ 70. O filme, cujo lançamento foi atrasado por conta da pandemia, arrecadou US$ 67 milhões no fim de semana de estreia. À época, o Disney+ tinha cerca de 110 milhões de assinantes.
Nos cinemas, o filme faturou US$ 80,3 milhões, mesmo com as restrições causadas pela covid-19 — apenas US$ 3,3 milhões a mais que o primeiro “Avatar” em 2009. Mesmo com a primeira semana fraca, o filme faturou US$ 496,1 milhões em bilheterias e no acesso premium do Disney+ em agosto de 2021.
Já quando o assunto é puramente cinema, os dois últimos lançamentos da Disney em parceria com o Marvel Studio, “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura” e “Pantera Negra: Wakanda Forever”, têm um faturamento global de US$ 955,7 milhões e US$ 787,1 milhões, respectivamente.
Uma mãozinha para a Netflix
Nem todas as empresas de entretenimento estão sofrendo para emplacar sucessos nos últimos meses.
É o caso da Netflix (NFLX), uma das principais concorrentes da Disney no streaming, que fez um golaço com o lançamento da série “Wandinha”, estrelada por Jenna Ortega e dirigida por Tim Burton. A produção, que estreou no dia 23 de novembro, já é a segunda mais assistida na história da plataforma streaming, atrás somente da quarta temporada de “Stranger Things”.
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