Bloomberg — Os usuários do Twitter (TWTR) votaram em uma enquete para que Elon Musk renuncie ao cargo de CEO da plataforma de mídia social. Ao criar a votação, Musk disse que respeitaria o resultado, o que levaria ao fim de seu mandato caótico após menos de dois meses na companhia.
Ao fim da votação, 58% dos 17,5 milhões de votos foram para que Musk deixasse o cargo de liderança da companhia.
Se o bilionário realmente respeitar o resultado, o movimento marcará o fim de 53 dias caóticos no comando, que envolveram demissões de executivos de alto escalão e de cerca de metade dos funcionários, assustando anunciantes.
Musk, que também é diretor executivo da Tesla (TSLA) e da SpaceX, dedicou grande parte de seu tempo desde que adquiriu o Twitter à mídia social, atraindo críticas por suas mudanças abruptas de política e negligência em seus outros negócios. As ações da Tesla, por exemplo, caíram cerca de um terço desde a aquisição da rede social.
Não é a primeira vez que Musk deixa grandes decisões corporativas serem decididas por usuários do Twitter. Ele conduziu uma pesquisa com seus seguidores sobre a possibilidade de restabelecer a conta do ex-presidente dos EUA Donald Trump no Twitter e permitiu que ele voltasse no dia seguinte.
Ainda não há substituto claro para assumir a rede social, com quase todos os executivos de alto escalão sendo demitidos ou tendo pedido demissão nos últimos meses. Musk acrescentou em tuítes posteriores que “ninguém quer o trabalho que pode realmente manter o Twitter vivo. Não há sucessor”.
A ameaça de que o Twitter possa entrar em dificuldades financeiras tem sido constante durante o mandato de Musk, que em seu primeiro discurso aos funcionários do Twitter, em novembro, disse que a falência era uma possibilidade se a empresa não começasse a gerar mais dinheiro.
A companhia tem quase US$ 13 bilhões em dívidas que agora estão nas mãos de sete bancos de Wall Street que não conseguiram descarregá-las aos investidores.
Musk havia indicado anteriormente que só ficaria no comando do Twitter por um tempo limitado para concluir a reforma organizacional que achava necessária e reclamou de ter “muito trabalho” e dormir no escritório do Twitter, em São Francisco, enquanto aplicava sua mudanças.
Com o resultado da enquete, as ações da Tesla avançavam cerca de 5% nesta segunda-feira (19) na bolsa de Nova York, antes da abertura dos mercados nos Estados Unidos. Neste ano, os papéis da montadora já caíram 57% por conta de preocupações de que a aquisição caótica do Twitter tenha distraído Musk da empresa que o levou a ser a pessoa mais rica do mundo – um título que ele perdeu na semana passada para Bernard Arnault, da LVMH.
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