Copa do Mundo do Catar: 5 fatos marcantes para lembrar do torneio

O Mundial não ficará na memória apenas pela coroação de Messi e o fim do jejum da Argentina: da proibição de cerveja às zebras históricas, há muito o que destacar

Inglaterra x Estados Unidos, pela primeira fase da Copa, quebrou o recorde de audiência de um jogo de futebol na TV americana (Matthew Childs/Pool/Getty Images)
Por Abeer Abu Omar - Simone Foxman
18 de Dezembro, 2022 | 08:01 PM

Bloomberg — A Copa do Mundo do Catar terminou de forma dramática após uma disputa de pênaltis - e a Argentina de Lionel Messi está levando o troféu para casa pela primeira vez em 36 anos.

O torneio de um mês terminou neste domingo (18) com uma das finais mais emocionantes da história do torneio. Emiliano Martinez defendeu duas cobranças de pênalti e Gonzalo Montiel marcou o pênalti decisivo, gerando comemorações em massa da seleção albiceleste pelo tricampeonato mundial.

A Argentina deixou escapar uma vantagem de dois gols no minutos finais do segundo tempo do tempo regulamentar no Lusail Stadium, quando o francês Kylian Mbappé marcou duas vezes. Messi e Mbappé marcaram cada um na prorrogação para selar o empate em 3 a 3 no placar.

O principal evento esportivo do mundo costuma ser agitado, e a edição de 2022 não decepcionou, com manchetes que vão desde a proibição da cerveja até reviravoltas históricas no futebol.

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Aqui está um resumo de 5 fatos marcantes da Copa do Catar:

1. Proibição de cerveja

As autoridades em Doha reverteram a promessa sustentada por mais de quatro anos de permitir a venda de álcool nos estádios, anunciando a poucos dias antes do início do torneio, quando os pacotes de viagem e os ingressos já estavam em sua maioria esgotados, que a bebida só estaria disponível em áreas distantes dos estádios e em assentos VIP pouco acessíveis.

A medida atraiu críticas dos torcedores de futebol e gritos de “Queremos cerveja” das arquibancadas, enquanto a Anheuser-Busch InBev prometeu doar a cerveja não vendida ao país vencedor. Ainda assim, a proibição foi defendida pelo presidente da Fifa, Gianni Infantino, que defendeu a decisão do Catar dizendo que os torcedores “sobreviveriam” sem consumir cerveja por três horas.

O torneio já era cercado de controvérsias, desde a necessidade de reagendar o torneio - tradicionalmente realizado no verão no hemisfério Norte - para o fim do ano devido ao calor do deserto do Catar até o tratamento dado pelo estado do Golfo Pérsico aos trabalhadores migrantes.

2. Braçadeiras censuradas

A Fifa derrubou os planos de muitos jogadores de usar braçadeiras com o arco-íris durante as partidas em solidariedade às comunidades LGBTQ no Catar, país onde a homossexualidade é considerada ilegal.

Em vez disso, a seleção da Alemanha postou uma foto de seus jogadores cobrindo a boca e uma declaração sobre sua posição, dizendo: “Negar-nos a braçadeira é o mesmo que nos negar uma voz”.

3. Investimento de US$ 300 bilhões

O Qatar, país rico com a exploração do petróleo, com uma população de cerca de 3 milhões, gastou cerca de US$ 300 bilhões no evento, superando os recordes de gastos de edições anteriores.

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Os gastos com infraestrutura e estádios desencadearam acusações de sportwashing, de que o Catar estava usando o evento mais assistido do mundo para melhorar sua reputação. Ainda assim, é a FIFA que pode colher os maiores benefícios de todo o hype; a organização disse na sexta-feira (16) que ganhará US $ 1 bilhão a mais que o esperado neste ciclo de quatro anos da Copa do Mundo.

4. Zebras históricas

Da vitória histórica da Arábia Saudita sobre a Argentina na primeira rodada à vitória do Japão sobre a Alemanha, a Copa do Mundo contou com muitos azarões superando as probabilidades.

A maior surpresa foi a corrida mágica do Marrocos, que venceu as potências do futebol Espanha, Portugal e Bélgica e se tornou o primeiro time africano a avançar para as semifinais.

Marrocos acabou perdendo para a Croácia em 17 de dezembro na disputa pelo terceiro lugar, a que mais de 44.000 espectadores assistiram, mas isso não tirou o brilho da campanha histórica.

5. Recordes de audiência

A Copa do Mundo expandiu seu público além das tradicionais nações amantes do futebol na Europa e na América Latina para desfrutar de uma onda de novos espectadores nos Estados Unidos e na Ásia.

A partida de 25 de novembro entre Estados Unidos e Inglaterra pela fase de grupos quebrou o recorde de audiência da modalidade na televisão americana, com 15,4 milhões de espectadores. O recorde anterior durava 28 anos, desde a final da Copa do Mundo de 1994, vencida pelo Brasil contra a Itália em Los Angeles, com 14,5 milhões.

Seleções da Ásia-Pacífico, do Oriente Médio e da África - regiões que há muito tempo estão à margem da glória na Copa do Mundo - juntas representaram uma parcela de gols inédita, de quase 25%.

Apesar da enorme quantidade de controvérsias durante a primeira Copa do Mundo realizada em um país do Oriente Médio, todos os olhos no domingo estavam voltados para a partida entre França e Argentina.

Se o Catar terá ou não retorno sobre seu vasto investimento, isso foi, pelo menos por um dia, de importância secundária para quem conquistou o troféu e para os milhões de espectadores da final emocionante.

- Com a colaboração de Yousef Gamal El-Din e Sam Kim.

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