Rodadas da semana: startups de saúde e IA atraem atenção de venture capital

Wellbe, Kuona, Cowmed, Inklo e Nomo receberam investimentos na América Latina; ano continua marcado pela redução do volume de capital aportado

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Bloomberg Línea — Se no terceiro trimestre de 2022 houve um aumento de 5% no volume investido em startups da América Latina em relação ao segundo trimestre, de acordo com relatório do TheVentureCity, um fundo de capital de risco global para empresas em estágio inicial - early stage), o cenário no ano até novembro ainda é de queda, de acordo com outra fonte, o Transactional Track Record (TTR).

Foram investidos cerca de US$ 2 bilhões em startups da América Latina no terceiro trimestre, segundo o TheVentureCity. Por outro lado, de acordo com o TTR, o número de transações caiu 5%, para 977 financiamentos de venture capital na América Latina, ao fim de novembro.

Em um ano mais desafiador para ativos de risco, em que investidores reduziram os múltiplos pagos no valuation de empresas de tecnologia em relação ao que foi visto nos últimos dois anos, uma das maiores empresas de venture capital do mundo, a Andreessen Horowitz, publicou um relatório apontando quais setores devem deslanchar no próximo ano.

A empresa do Vale do Silício citou desde franquias de jogos de entretenimento e entrega de medicamentos com precisão até pequenos reatores modulares para cargas de aplicações de Inteligência Artificial (IA), entre outros.

Na América Latina, algumas das startups que levantaram rodadas nesta semana que passou foram dos setores de saúde, software, agro e telecomunicações. Veja quais empresas captaram:

Welbe

A Welbe, uma startup mexicana que oferece às empresas uma plataforma de medicina ocupacional e saúde integral para seus funcionários, levantou uma rodada de 100 milhões de pesos mexicanos (equivalente a US$ 5 milhões) liderada por Volpe Capital e Nazca, da qual também participaram SVLC, Kortex e GreenRock.

Esse é o primeiro investimento das brasileiras Volpe Capital, Kortex e GreenRock no mercado mexicano. Os fundos são especializados em investimentos em tecnologia da saúde.

A injeção de capital ajudará a empresa a consolidar presença no mercado mexicano e fortalecer sua tecnologia de dados.

A Welbe oferece uma solução B2B que beneficia funcionários. Desde sua fundação em janeiro de 2022, a plataforma já conseguiu levantar US$ 7,1 milhões.

Kuona

A Kuona, uma plataforma de software como serviço (SaaS), fechou uma rodada inicial de US$ 6 milhões liderada pela Cometa, que contou com a participação da Seaya Cathay Latam e da FEMSA Ventures.

O capital será usado para expandir a presença e a equipe da Kuona em áreas geográficas importantes, incluindo América Latina, Europa e Estados Unidos.

A empresa com sede em Monterrey, no México, foi fundada em 2017 por Chema Sanroman e Agustín Magaña, que combinam décadas de experiência em ciência de dados, inteligência artificial (IA) e receita de produtos de consumo e gerenciamento de preços.

Cowmed

A startup do agronegócio Cowmed recebeu R$ 5,9 milhões em uma rodada de equity crowdfunding por meio da plataforma Captable. A empresa utiliza tecnologia para monitorar vacas em fazendas e detectar mudanças comportamentais nos animais, identificando doenças, entre outros. As informações são detectadas a partir de Inteligência Artificial ligada às coleiras das vacas. Com a tecnologia, a empresa pretende aumentar a eficiência produtiva das fazendas em 25%.

Hoje, a empresa monitora cerca de 35 mil vacas em 400 fazendas no Brasil, no Paraguai, no Uruguai, na Bolívia, no Canadá e nos Estados Unidos.

Inklo

A Inklo, uma fintech brasileira que pretende ampliar o acesso ao crédito para cirurgias e procedimentos médicos, recebeu R$ 1,5 milhão em uma rodada pré-Seed. A empresa, que começou as operações há dois meses, pretende usar o dinheiro para a aquisição de novas tecnologias e contratações.

Nomo

A brasileira Nomo recebeu R$ 1,5 milhão em uma extensão do aporte Seed de R$ 15 milhões do fundo Iporanga. A startup foi criada por Henrique Garrido, que tem experiência na fintech de meios de pagamento Stone (STNE). Agora, com a Nomo, a ideia é que a empresa funcione como uma espécie de operadora de telecomunicações digital, com as antenas de uma representante da Vivo.

A rodada teve participação do ex-CEO da Nextel Roberto Rittes, entre outros executivos.

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