Colapso da FTX gera crise de confiança e derruba volumes em exchanges cripto

Bitcoin, Ethereum e um indicador dos 100 maiores tokens caíram mais de 60% até agora no ano, um dos piores de todos os tempos para criptos

Volume médio diário caiu para US$ 13,1 bilhões na semana encerrada em 11 de dezembro, contra US$ 26,7 bilhões nos sete dias até 30 de outubro
Por Suvashree Ghosh e Joanna Ossinger
16 de Dezembro, 2022 | 11:04 AM

Bloomberg — Os volumes de negociação nas exchanges de ativos digitais caíram pela metade em meio a uma crise de confiança após o colapso da FTX, de Sam Bankman-Fried.

O volume médio diário caiu para US$ 13,1 bilhões na semana encerrada em 11 de dezembro, contra US$ 26,7 bilhões nos sete dias até 30 de outubro, de acordo com cálculos da Bloomberg News com base em dados da Kaiko.

A queda da FTX começou a abalar o setor cripto no início de novembro e o contágio continua. Bankman-Fried foi preso e acusado de fraude por supostamente se apropriar indevidamente de bilhões de dólares de clientes.

A queda nos volumes de negociação pode, em parte, ser a consequência de saques de investidores temerosos das plataformas de criptomoedas após uma liquidação de US$ 2 trilhões de ativos digitais desde o pico, em novembro de 2021.

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“O público teme a falência de outras exchanges e por isso retiram os ativos em massa”, disse Hayden Hughes, CEO da plataforma de negociação Alpha Impact. “Corretoras e formadores de mercado também têm sacado ativos, o que leva a um menor volume geral.”

  Volumes diários de negociação caem após colapso da FTX

Os números da Kaiko abrangem plataformas que representam a maior parte das negociações de ativos virtuais, incluindo Binance, Bitfinex, Coinbase, OKX e Kraken. Essas plataformas centralizadas assumem a custódia dos ativos dos clientes, enquanto as rivais descentralizadas muito menores deixam os tokens com os proprietários.

A guarda de tokens se tornou um tema de intenso debate na esteira da falência da FTX. Mas as exchanges descentralizadas – às vezes chamadas de DEXs – também sofreram: seus volumes médios diários despencaram cerca de 44%, para US$ 1,5 bilhão na semana encerrada em 11 de dezembro, ante US$ 2,6 bilhões entre 24 e 30 de outubro, segundo dados da DefiLlama.

Entre os desafios está o fato de que “a experiência do usuário e a execução em DEXs são muito diferentes das corretoras centralizadas”, disse Katie Talati, diretora de pesquisa da Arca.

Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH) e um indicador dos 100 maiores tokens caíram mais de 60% até agora em 2022, um dos piores anos de todos os tempos para criptomoedas.

-- Com a colaboração de Sidhartha Shukla.

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