‘Não estamos à venda’, diz diretora da Ativa após perda de assessores

Alguns profissionais que deixaram a corretora para montar um escritório de autônomos vinculado à XP eram sócios minoritários, disse Juliana Figueiredo à Bloomberg Línea

Painel de cotações da B3
15 de Dezembro, 2022 | 12:19 PM

Bloomberg Línea — A Ativa Investimentos, uma das principais corretoras independentes do mercado brasileiro, disse que não está à venda, em comentário sobre a saída de seis assessores de investimentos de seu time de 40 profissionais nessa unidade de negócio. O assunto foi um dos mais comentados deste início de semana no mercado financeiro.

“Os seis profissionais avisaram que vão montar um escritório de agentes autônomos vinculado à XP [XP]”, disse a diretora de governança corporativa da Ativa, Juliana Figueiredo, em entrevista à Bloomberg Línea.

A instituição financeira, fundada em 1972 e que tem escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro e Goiânia, disse que suas operações não foram afetadas pela redução de pessoal.

“A saída deles foi no início da semana. Alguns deles eram sócios minoritários, mas não eram seniores, não tinham participação relevante. Outros não tinham nem 30 anos de idade”, disse a diretora.

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A corretora está em processo de contratação de novos profissionais, segundo Figueiredo. E a saída dos assessores para montar um escritório não afeta o relacionamento com a XP.

Questionada sobre se os profissionais podem estimular a migração de clientes para o novo escritório de autônomos, Figueiredo disse que isso é possível, mas ainda não ocorreu.

Segundo a executiva, a Ativa ocupa o 19º lugar no ranking dos maiores volumes negociados na B3. Ela afirmou ainda que a saída deles também será compensada pela promoção de outros profissionais.

Além dos 40 assessores de investimentos, a Ativa informou ter mais de 50 profissionais na mesa de operações voltada para clientes institucionais. O volume de ativos sob custódia é estimado em R$ 7 bilhões.

Em agosto, a corretora já havia perdido outros profissionais, algo que considerou “uma movimentação natural de mercado”. Na época, a Ativa negou à Bloomberg Línea rumores de que sua mesa de renda variável havia sido desativada. “Não existe qualquer negociação com o Bradesco ou outra outra instituição para a venda da corretora”, repetiu a executiva em entrevista nesta quarta-feira (14).

A diretora da Ativa disse que a saída dos seis profissionais neste mês não afetou as operações. “Houve uma realocação do pedaço da carteira. Não houve prejuízos para os clientes.”

‘Alvo potencial’

Operadores ouvidos pela Bloomberg Línea dizem que a Ativa é apontada como um potencial alvo de aquisição dos grandes bancos. Com a política comercial de taxa zero de corretagem, adotada por diversas instituições, corretoras independentes passam a perder importante fonte de receita.

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Ao mesmo tempo, instituições como BTG Pactual (BPAC11) e Bradesco (BBDC4) têm mostrado apetite publicamente na aquisição de corretoras, muitas vezes com o objetivo de ganho de escala. É o caso do BTG em relação à sua plataforma digital voltada para o varejo, liderada pelo sócio Marcelo Flora.

O banco de investimento comprou a Necton Investimentos (com atuação maior junto a investidores institucionais), a Elite Corretora e a Fator Corretora, entre outros, nos últimos dois anos.

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Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 29 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.