‘Estamos preparados para qualquer cenário’, afirma CEO da Simpar

Fernando Simões, que comanda uma das maiores holdings do setor de transporte, destaca demanda de clientes e diz que investimentos realizados vão se refletir nas receitas

A Simpar é um dos maiores grupos do país no setor de transporte, o que inclui o segmento de locação de carros, com a Movida
15 de Dezembro, 2022 | 07:54 AM
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São Paulo — O CEO do Grupo Simpar, Fernando Simões, destoou do tom de preocupação crescente do mercado com a desaceleração econômica global em 2023 devido aos juros em patamar elevado.

Uma das maiores holdings do país no setor de transporte, formada por sete companhias, das quais três com capital aberto - Movida (MOVI3), Vamos (VAMO3), JSL (JSLG3) -, a Simpar é controlada pela família Simões e tem atuação dominante principalmente nos setores de locação de veículos e logística, com grandes clientes como Ambev (ABEV3), Gerdau (GGBR4), Suzano (SUZB3) e Vale (VALE3).

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“Não estamos pessimistas com 2023, mas focados nas necessidades dos nossos clientes”, disse o empresário nesta quarta-feira (14) na sede da companhia, em São Paulo.

Simões disse que o Grupo Simpar quer rentabilizar os investimentos realizados neste ano, que totalizaram R$ 12,7 bilhões, acima dos R$ 8,7 bilhões em 2021. “Os R$ 3 bilhões de investimentos feitos no terceiro trimestre ainda não se refletiram nas nossas receitas, o que vai acontecer em 2023.″

Simões evitou avaliar os anúncios e as medidas negociadas pelo governo do presidente eleito Lula (PT), que tem derrubado os preços de ativos no mercado financeiro e levado a revisões de projeções para 2023. “Torcemos que todos os governos sejam bons. Estamos preparados para qualquer cenário.”

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Mas endossou o que o próximo ministro da Economia, Fernando Haddad, disse ser uma de suas prioridades de início de governo. “Desejamos uma reforma que simplifique o sistema de impostos do Brasil”, afirmou Simões em referência à proposta em tramitação no Congresso.

Concessões: novos negócios

O CEO do Grupo Simpar também mencionou planos em cima do que classificou como oportunidades do setor de infraestrutura. A CS Infra, subsidiária de capital fechado, venceu, em outubro, uma licitação para implantar melhorias no Centro Histórico de Cuiabá, capital de Mato Grosso.

Trata-se de uma PPP (parceria-público-privada) com projeção de investimentos de R$ 120 milhões ao longo de um contrato de 30 anos, incluindo a modernização do Mercado Municipal de Cuiabá, com quatro pavimentos e 180 lojas.

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“Vamos construir um shopping com 2 mil vagas de estacionamento”, disse Simões.

IPO se o mercado melhorar

Das quatro empresas que compõem o grupo que possuem hoje capital fechado, Simões apontou a Automob, responsável pela gestão das redes do segmento de concessionárias de veículos novos e lojas de seminovos, como preparada para uma futura abertura de capital. Mas um IPO (oferta inicial de ações) depende da melhoria das condições de mercado e de uma decisão dos principais acionistas. “Estamos sempre revisitando o desenho de nossa estrutura de holding.”

Questionado sobre a previsão de alguns analistas de uma queda brusca dos preços de veículos seminovos em 2023, o CEO do Grupo Simpar respondeu considerar que esse cenário é improvável, a considerar os precedentes do mercado automotivo.

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Devido à escassez de componentes, uma consequência dos gargalos logísticos e do fechamento de fábricas principalmente na China em razão da pandemia da Covid-19, montadores reduziram a oferta de veículos novos e reajustaram os preços dos veículos desde 2020. Foi um repasse do aumento dos custos e uma recomposição de margens, provocando valorização expressiva de modelos seminovos.

Simões disse que os seminovos acumularam reajuste estimado de 80% nesse período. “Não acredito em uma queda brusca dos preços dos seminovos”, afirmou o empresário.

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Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 29 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.