Bloomberg — O fim da política Covid Zero na China deve aumentar a demanda por gás natural do maior importador mundial e reduzir o fornecimento para a Europa e outras nações asiáticas.
A petrolífera estatal Cnooc pretende assegurar mais embarques de GNL para o ano que vem. O retorno ao mercado de um dos maiores compradores segue um período de demanda moderada devido a restrições contra o vírus que suprimiram a atividade econômica, e pode ser o prenúncio de uma retomada mais ampla das importações.
O movimento de Pequim para reabrir a economia e conviver com a covid-19 levou ao fim da maioria das restrições nas últimas semanas. Se não for revertida com o aumento de casos, a reabertura aumentará o desafio para a Europa, que após o inverno que começa este mês, chegará ao inverno de 2023 para 24 com pouco ou nenhum gás russo.
As importações chinesas provavelmente serão 7% maiores em 2023 do que neste ano, de acordo com Wang Zhen, presidente do Instituto de Economia de Energia da Cnooc.
Por enquanto, a demanda industrial ainda é fraca. Muitas fábricas enviarão trabalhadores para casa mais cedo do que o normal para os feriados do Ano Novo Lunar, enquanto a produção local e fluxos de gasodutos russos sobem.
Mas já há sinais de que a China precisará aumentar as compras de GNL para se preparar para o próximo ano. Os estoques nos portos do norte estão se esgotando mais rápido do que o normal em meio ao clima frio e caíram para um nível de médio a baixo, de acordo com o grupo de pesquisa da ENN Energy. Os preços domésticos de GNL estão em alta.
Para piorar a situação, uma queda no fornecimento de gás canalizado da Ásia Central significa que a China pode ter que depender mais do GNL marítimo para atender ao aumento previsto na demanda. Isso colocará as empresas estatais de energia em competição direta com a Europa pelos embarques de grandes fornecedores como EUA e Catar.
Rivais na Ásia, incluindo Japão, também devem adquirir mais GNL a partir de fevereiro, já que o clima mais frio deve drenar os estoques.
Isso pode tornar ainda mais difícil para os países em desenvolvimento garantir o abastecimento de usinas termelétricas e pode aumentar a frequência de apagões em lugares como Paquistão, Bangladesh e Filipinas.
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