TIM Brasil: 5G, banda larga e sinergias sustentam expansão, mas inflação preocupa

Alberto Griselli, CEO da companhia, diz que marco regulatório e Anatel devem manter previsibilidade dos negócios do setor mesmo com mudança de governo

TIM Telecom Italia
11 de Dezembro, 2022 | 10:04 AM

Bloomberg Línea — A TIM Brasil (TIMS3), terceira maior operadora de telefonia móvel do Brasil, controlada pela Telecom Italia, planeja aumentar suas receitas em 2023 com o avanço da tecnologia 5G, maior captura de sinergias com os ativos adquiridos da Oi e oferta de serviços de banda larga após ter fechado uma parceria estratégica com a V.tal, empresa de fibra óptica controlada pelo BTG Pactual (BPAC11).

O CEO da TIM Brasil, Alberto Griselli, alertou, porém, que a inflação ainda preocupa o setor de telefonia, pois continua a afetar a renda do consumidor. O executivo disse nesta semana em evento no qual a Bloomberg Línea estava presente que a expectativa é elevar a receita tanto para os serviços pré-pago como pós-pago, depois de fechar o ano com cobertura em 100% dos 5.570 municípios do Brasil.

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No ano até sexta-feira (9), as ações da companhia acumulavam queda de 4%, enquanto o Ibovespa subia 3%. As ações da Vivo (VIVT3) recuavam 22% até o fechamento anterior.

Para o principal executivo da TIM Brasil, a mudança de comando no governo federal, com a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, não deve impactar estruturalmente o setor, que é regulado pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e por um marco regulatório já consolidado.

Analistas que cobrem o setor apontam que a geração de caixa, o baixo endividamento e a perspectiva de popularização do 5G, além de ganhos de sinergias após a aquisição dos ativos de telefonia móvel da Oi, aprovada neste ano pelas autoridades, devem fortalecer os resultados da companhia.

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“Após a incorporação dos clientes da Oi, a TIM atingiu 26,5% de participação de mercado, atrás da Vivo com 38,2% e da Claro com 33%”, calculou relatório da agência classificação de risco Fitch Ratings no mês passado, em que apontou “perspectiva estável” para sua nota de crédito (AAA-bra).

A Fitch citou ainda expectativas de que a TIM deve reportar um sólido fluxo de caixa operacional, sustentado pelo crescimento de sua base de clientes pós-pagos e da receita média por usuário (ARPU, na sigla em inglês). “A TIM está bem preparada para lidar com o competitivo e regulado setor de telecomunicações, que é intensivo em capital e sujeito a rápidas mudanças tecnológicas”, avaliou a Fitch.

Banda larga

Em 2023, a TIM quer seguir sua estratégia de crescimento no mercado de banda larga fixa. No mês passado, a operadora anunciou um acordo de uso de rede neutra com a empresa V.tal, que lhe resulta em acesso a mais de 18 milhões de casas com fibra óptica no país.

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A parceria contempla também, segundo a companhia, o uso da infraestrutura de rede da V.tal para conectar inicialmente 2.500 sites de 5G da TIM em diversas cidades. Com a parceria, a TIM espera ampliar sua presença para mais de 100 cidades.

Hoje, o seu produto nesse segmento (TIM Live Ultrafibra) está presente em 31 cidades e 7 regiões administrativas do Distrito Federal, com cerca de 700 mil clientes, informou a operadora.

“Ao optar pelo modelo de negócio de rede neutra em parceria com a V.tal, conseguimos expandir rapidamente para novos mercados e melhorar nosso retorno sobre o capital, o que contribui para a estratégia da TIM de crescimento rentável”, disse Griselli.

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Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 29 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.