Bloomberg — De forma a investigar um possível caso de fraude de Sam Bankman-Fried e outros envolvidos no colapso da gigante das criptomoedas FTX, promotores dos Estados Unidos estão examinando como os fundos mantidos pela exchange foram transferidos para fora dos EUA enquanto ela estava prestes a falir, de acordo com um pessoa familiarizada com o assunto.
Os promotores estão examinando de perto se centenas de milhões de dólares foram indevidamente transferidos para as Bahamas na época do pedido de falência da FTX, em 11 de novembro, em Delaware, disse a pessoa, pedindo para não ser identificada sem autorização para discutir o caso publicamente.
Eles também estão investigando se a FTX infringiu a lei ao transferir fundos para a Alameda Research, a casa de análise falida também fundada por Bankman-Fried.
Bankman-Fried, que está nas Bahamas e não foi acusado de nenhum crime, admitiu graves erros gerenciais na FTX, mas negou veementemente que tenha feito uso indevido dos recursos dos clientes. Um porta-voz de Bankman-Fried se recusou a comentar na sexta-feira (9).
O jornal The New York Times informou esta semana que os promotores federais também estão analisando se Bankman-Fried se envolveu em manipulação de mercado ao orquestrar negociações que levaram ao colapso do projeto TerraUSD (UST) no início deste ano.
Promotores do Distrito Sul de Nova York, incluindo o procurador-assistente Nicolas Roos, reuniram-se por cerca de duas horas esta semana com dezenas de pessoas que investigam o colapso da FTX. Potenciais encargos não foram discutidos na reunião. Um porta-voz do Distrito Sul se recusou a comentar.
O encontro incluiu ainda funcionários do Departamento de Justiça em Washington, agentes do Federal Bureau of Investigation (FBI) e a equipe de falências liderada por John J. Ray III, que foi nomeado diretor executivo da FTX no mês passado.
Em novembro, Bankman-Fried deu uma série de entrevistas à mídia descrevendo erros contábeis que obscureceram a extensão dos laços da FTX com a Alameda e os riscos que isso criou.
Na sexta-feira (9), ele disse no Twitter que está disposto a testemunhar em uma audiência marcada para 13 de dezembro perante o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos EUA sobre a desintegração de seu império cripto.
A FTX, com sede nas Bahamas e com mais de 100 entidades relacionadas, incluindo o braço da empresa nos EUA, contribuiu para uma crise no setor de criptomoedas no mês passado. O grupo e seu fundador agora enfrentam o escrutínio de reguladores e promotores nos Estados Unidos e no exterior.
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