Mercado estima que juros dos EUA ficarão no nível ‘máximo’ ao longo de 2023

Economistas consultados em pesquisa da Bloomberg avaliam que o Federal Reserve terá de manter a taxa básica no patamar mais elevado por mais tempo

Menos da metade dos economistas espera cortes dos juros em 2023
Por Steve Matthews e Sarina Yoo
09 de Dezembro, 2022 | 01:11 PM

Bloomberg — O Federal Reserve (Fed), pode decidir manter os juros no nível máximo ao longo de 2023, frustrando as esperanças dos mercados em cortes das taxas no segundo semestre, o que torna o cenário de recessão muito provável.

Essa é a previsão de economistas consultados pela Bloomberg antes da decisão e projeções do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) na quarta-feira. Segundo a pesquisa, o Fed deve elevar os juros em 0,5 ponto percentual na semana que vem, após quatro aumentos seguidos de 0,75 ponto porcentual, e em 0,25 ponto nas duas próximas reuniões.

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A projeção mediana do comitê deve mostrar que a taxa básica atingirá um pico em 4,9% no ano que vem – refletindo uma meta de 4,75% a 5% – em comparação com os 4,6% observados em setembro. Seria uma desagradável surpresa para investidores, que atualmente apostam em corte de 0,5 ponto percentual no segundo semestre de 2023, embora também vejam que as taxas atingirão um pico em torno de 4,9%.

A pesquisa indica que o Fed pode reduzir os juros para 4% até junho de 2024 e para 3,5% até o fim daquele ano.

O presidente do banco central dos EUA, Jerome Powell, disse que está disposto a deixar que a economia sofra um pouco para reduzir a inflação, atualmente perto das máximas em 40 anos, e isso deve ficar um pouco mais visível na nova previsão.

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O resumo das projeções econômicas do Fed provavelmente vai mostrar que as autoridades esperam um crescimento mais fraco nos EUA e desemprego ligeiramente mais alto do que nas previsões em setembro. O Fed poderia rebaixar as estimativas de expansão do PIB em 2023 para 0,8% em comparação com 1,2% em setembro, enquanto o desemprego subiria para 4,6% frente à taxa de 3,7% no mês passado.

A pesquisa com 44 economistas foi realizada de 2 a 7 de dezembro. A reunião do Fed está marcada para 13 e 14 de dezembro.

“A resiliência dos gastos dos consumidores e do mercado de trabalho pressiona a inflação e, como resultado, aumenta os riscos de alta para nossa previsão de taxa terminal” de 5% a 5,25%, disse Kathy Bostjancic, economista-chefe da Nationwide Life Insurance.

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Menos da metade dos economistas espera cortes dos juros em 2023. E os que apostam em redução, projetam um salto da taxa de desemprego de 3,7% para 5%, e a maioria vê as demissões e a recessão como a principal causa da reversão.

“Esse será um período muito desafiador para as autoridades em todos os níveis”, disse Hugh Johnson, presidente da Hugh Johnson Economics. Embora o Fed deseje claramente manter os juros no pico ao longo do ano, “essas decisões dependem claramente dos dados e serão contestadas se, como suspeitamos, a economia encolher e os índices de inflação continuarem moderados até o primeiro semestre de 2023”.

Enquanto as autoridades do Fed apostam em um caminho estreito para um pouso suave, um consenso crescente de 81% dos economistas vê uma recessão nos EUA como provável. A maioria dos demais espera um pouso forçado com um período de retração ou crescimento zero, que ainda não caracteriza uma recessão formal. Uma recessão global também é vista como provável por 76% dos economistas.

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