BofA: investidor deve esperar para comprar ações mesmo após reunião do Fed

Equipe de análise do banco americano estima que o último aumento dos juros pelo Fed deve ocorrer em março de 2023

Bank of America
Por Sagarika Jaisinghani
09 de Dezembro, 2022 | 04:48 PM

Bloomberg — Embora investidores estejam impacientes para que o Federal Reserve faça seu último aumento de juros antes de reforçarem a aposta em renda variável, o histórico do mercado acionário recomenda cautela nessa estratégia enquanto a inflação continuar elevada. Ao menos é o que defendem estrategistas do Bank of America (BAC).

Um estudo do time de análise liderado por Michael Hartnett mostrou que as bolsas tiveram melhor desempenho depois que o Fed parou de subir os juros durante os períodos de desinflação nos últimos 30 anos.

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No entanto, durante a era da inflação persistentemente alta nas décadas de 1970 e 1980, os índices acionários caíram após o último aumento das taxas, escreveram os analistas, em nota. No ciclo atual, a equipe espera que o último aumento dos juros pelo Fed ocorra em março de 2023.

As bolsas dos Estados Unidos já recuaram esta semana em meio ao rali recente neste quarto trimestre. Sinais de uma economia resiliente reforçaram temores de que o Fed possa manter o aperto da política monetária por mais tempo, levando ao risco de uma retração no próximo ano.

Cerca de US$ 5,7 bilhões saíram de fundos globais de ações na semana até 7 de dezembro, informou o Bank of America, que cita dados da EPFR Global.

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Nesta semana, estrategistas do Citigroup (C) ecoaram alertas sobre retornos mais fracos em 2023, dizendo que a recuperação voltou a deixar os “valuations” caros.

Uma pesquisa da Bloomberg News com gestores de fundos globais também destacou a persistência da inflação e a recessão como os principais riscos para o mercado acionário em 2023.

Ainda assim, a maioria dos entrevistados está otimista e espera ganhos de dois dígitos após o pior ano para as bolsas desde a crise financeira global.

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Hartnett, do BofA, recomenda a compra de ativos com bom desempenho em um cenário de inflação alta, mas estável, bem como apostas em commodities, bancos, empresas de pequena capitalização (as chamadas “small caps”), ações de valor, além de ativos europeus e de mercados emergentes.

Por outro lado, a casa escreve que investidores devem evitar ações de tecnologia, private equity e crédito privado.

Os dados de fluxos, por sua vez, mostraram que fundos de ações europeus tiveram saídas pela 43ª semana consecutiva. Fundos com ações de valor dos EUA tiveram entradas, contudo, enquanto portfólios com “small caps”, companhias de grande capitalização e com ações de crescimento registraram resgates.

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Quando analisado por setor, os de consumo e serviços de comunicação receberam baixos volumes, enquanto matérias-primas e tecnologia registraram saídas de US$ 300 milhões e US$ 200 milhões, respectivamente.

-- Com a colaboração de Michael Msika.

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