Bloomberg — A Uber Technologies entrou com processo contra a New York City Taxi & Limousine Commission para bloquear um aumento nas tarifas que deve pagar aos motoristas, que classificou como “aumentos dramáticos, sem precedentes e sem suporte”. O aumento foi aprovado no mês passado.
A comissão aprovou em 15 de novembro o primeiro aumento nas tarifas com taxímetro desde 2012, incluindo aumentos nas tarifas por milha e por minuto para motoristas do Uber e da Lyft.
Em uma ação movida na sexta-feira (9) no tribunal estadual de Nova York, a Uber disse que seria forçada a gastar de US$ 21 milhões a US$ 23 milhões adicionais por mês se a regra entrar em vigor em 19 de dezembro, valores que não seria capaz de recuperar a menos que aumente as tarifas dos passageiros.
“Um aumento tão significativo na tarifa, pouco antes do feriado [de fim de ano], prejudicaria irreparavelmente a reputação do Uber, prejudicaria a boa vontade e arriscaria a perda permanente de negócios e clientes”, disse a Uber em seu processo.
A empresa de mobilidade urbana com uso de aplicativo disse que a comissão mudou repentinamente para um “índice de inflação volátil e um aumento único que não faz sentido, e isso é um afastamento drástico da prática anterior da Comissão ou de qualquer abordagem racional”.
O comissário de Taxi & Limusine, David Do, disse em um comunicado que a cidade deve “apoiar nossos trabalhadores sem as proteções tradicionais de emprego”.
“A cidade de Nova York lidera o país na proteção de motoristas, e essa importante regra reflete essa realidade”, disse Do. “Estamos confiantes de que estamos dentro de nossa autoridade legal na implementação dessa importante regra e estamos lutando vigorosamente contra esse processo.”
O potencial de o custo adicional ser repassado aos passageiros ocorre em um momento em que os preços do transporte compartilhado ainda estão em níveis históricos.
O custo de uma viagem de Uber foi 37% maior em setembro em comparação com 2019, de acordo com a empresa de análise de dados YipitData. Em novembro, o CEO da Uber, Dara Khosrowshahi, disse à Bloomberg News que acha que os preços elevados podem ter chegado para ficar.
“Com esta última regulamentação, além do ajuste anual de inflação, o TLC está optando por inventar uma nova metodologia que trava os altos preços do gás neste verão para sempre com um ajuste [típico] de ‘meio do ano’ que ocorre 12 dias antes do final do ano”, disse um porta-voz da Uber em comunicado.
Ele acrescentou que o TLC “deveria ter seguido seu ajuste anual usual e instituído uma sobretaxa de gás temporária quando os preços do gás fossem realmente elevados”.
O aumento de 37% nas tarifas desde 2019 está indo para os cofres da Uber, e não para os motoristas, disse Bhairavi Desai, diretor executivo da New York Taxi Workers Alliance.
“Pedimos à cidade que permaneça firme e defenda os direitos dos motoristas de trabalhar com dignidade”, disse Desai em comunicado. “A Uber busca o caos. Buscamos dignidade.”
De acordo com a cidade, as taxas de pagamento dos motoristas da Uber e da Lyft aumentarão em 7% por minuto e 24% por milha, com uma viagem hipotética de 30 minutos e 7,5 milhas exigindo um pagamento mínimo de US$ 27,15.
A Uber disse que o cálculo da cidade sobre o aumento da taxa por milha é enganoso e que, na verdade, é de 16% porque ignora os ajustes anuais obrigatórios implementados em 2020 e 2022.
A ação busca uma ordem judicial que declare os aumentos inválidos e suspenda sua implementação enquanto o litígio prossegue.
- Com colaboração de Skylar Woodhouse.
Veja mais em Bloomberg.com
Leia também
Receita da Uber sobe quase 33% na América Latina no terceiro trimestre
Uber supera estimativas de vendas com aumento do número de passageiros
