Musk avalia oferecer ações da Tesla como garantia de nova dívida no Twitter

Operação está em estudo por bancos, segundo fontes disseram à Bloomberg News; dívida de US$ 13 bilhões é decorrente da aquisição da plataforma pelo bilionário

Sede do Twitter em São Francisco: empresa tenta reduzir as despesas financeiras por meio de troca de dívida
Por Davide Scigliuzzo - Sonali Basak e Paula Seligson
08 de Dezembro, 2022 | 11:22 AM

Bloomberg — Banqueiros que trabalham com Elon Musk avaliam fornecer ao bilionário novos empréstimos garantidos por ações da Tesla (TSLA) para substituir algumas das dívidas com juros altos que ele tem com o Twitter, segundo pessoas com conhecimento do assunto falaram à Bloomberg News.

Os empréstimos seriam uma das opções que bancos liderados pelo Morgan Stanley e assessores de Musk discutiram para aliviar o fardo da dívida de US$ 13 bilhões que o Twitter assumiu como parte da aquisição de US$ 44 bilhões de Musk, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas.

As ações da Tesla acumulam queda de cerca de 60% desde abril, e Musk é alvo de críticas de alguns investidores que acreditam que o CEO da esteja direcionando energia e tempo demais com o Twitter.

Os bancos acabaram financiando todo o pacote de dívida com recursos próprios em meio a uma deterioração nos mercados de crédito e um início tumultuado do comando de Musk no Twitter, algo que tornou difícil passar a dívida adiante para investidores institucionais.

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Estima-se que a empresa enfrente custos de juros anuais de cerca de US$ 1,2 bilhão se a atual estrutura de dívida permanecer em vigor, mais do que o Ebitda ajustado do Twitter em 2021.

Até agora, as discussões se concentraram em como substituir US$ 3 bilhões em dívidas não garantidas sobre as quais o Twitter paga uma taxa de juros anual de 11,75%, disseram as pessoas.

As negociações são preliminares e nenhuma decisão foi tomada, disseram.

Representantes de Musk não responderam imediatamente a pedidos de comentários. Twitter e Tesla, que não possuem mais departamentos de comunicação, também não responderam.

Um representante do Morgan Stanley não comentou, nem os dos outros credores — Bank of America, Barclays, BNP Paribas, Mitsubishi, Mizuho e Société Générale.

Embora os US$ 13 bilhões em dívidas que Musk assumiu para financiar o negócio tenham ficado com o Twitter, qualquer empréstimo com as ações da Tesla em garantia seria tomado pelo bilionário em caráter pessoal.

A troca, no entanto, ainda pode fazer sentido, considerando que Musk tem uma quantia significativa de seu próprio dinheiro vinculada ao patrimônio do Twitter e, dada a margem, os empréstimos teriam uma taxa de juros muito menor do que a dívida não garantida do Twitter, disseram as pessoas.

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