Gestora pressiona BlackRock a substituir Fink por suposta falta de prática ESG

Crítica da Bluebell ocorre quando a BlackRock e o CEO enfrentam ataques de políticos republicanos nos EUA por buscarem metas de sustentabilidade

BlackRock
Por Michael Hytha e Nishant Kumar
07 de Dezembro, 2022 | 05:48 PM

Bloomberg — A Bluebell Capital Partners está pedindo à BlackRock (BLK) para substituir o CEO Larry Fink pelo que consideram “fracassos em levar a maior gestora de dinheiro do mundo além dos investimentos em combustíveis fósseis”.

A crítica do investidor ativista ocorre quando BlackRock e Fink enfrentam ataques de políticos republicanos nos Estados Unidos por buscarem metas de sustentabilidade e uma agenda ligada às minorias sociais às custas dos retornos financeiros. Bluebell, que faz oposição aos republicanos, adverte que Fink, apesar de seu papel de destaque na defesa do chamado investimento ESG, está minando a credibilidade da BlackRock ao continuar investindo em combustíveis fósseis, incluindo carvão.

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“Estamos cada vez mais preocupados com o risco de reputação (incluindo o risco de ‘greenwashing’) ao qual você expôs a empresa de forma irracional, potencialmente alimentando uma lacuna entre a ‘fala’ e a ‘caminhada’ sobre o investimento em ESG”, disse Bluebell em uma carta ao Conselho da BlackRock.

A Bluebell pressionou o conselho a conduzir uma revisão estratégica da posição da BlackRock em ESG para eliminar inconsistências e contradições. “Fink pode permanecer como presidente do conselho, mas a função deve ser separada da de CEO”, escreveu a Bluebell na carta datada de 10 de novembro.

Interesse dos clientes

A BlackRock disse em um comunicado por e-mail que, nos últimos 18 meses, a Bluebell realizou uma série de campanhas para promover a agenda de clima e governança.

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“A BlackRock Investment Stewardship não apoiou as campanhas, pois não consideramos que elas têm o melhor interesse econômico de nossos clientes em vista”, continua o comunicado.

A participação da Bluebell na BlackRock é de cerca de 0,01%, segundo a BlackRock. Um representante da Bluebell não respondeu imediatamente a pedidos de comentários da Bloomberg News fora do horário comercial de Londres, onde a empresa está sediada, sobre o tamanho da participação. A carta de Bluebell foi publicada anteriormente pelo Wall Street Journal.

Desde o lançamento em 2019, a Bluebell, pequena para os padrões ativistas, conquistou nomes como Richemont, Glencore Plc, Vivendi SE e GlaxoSmithKline. No ano passado, ajudou a arquitetar a saída do presidente do grupo de alimentos Danone SA, Emmanuel Faber. As reclamações da Bluebell em sua carta incluem a BlackRock se opondo às suas propostas em algumas dessas campanhas.

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A BlackRock, como outras empresas que adotaram o investimento ESG, continua a receber críticas dos republicanos que a acusam de seguir uma “agenda climática” em vez de se concentrar em retornos para investidores, incluindo fundos de pensão públicos em seus estados. Na semana passada, a Flórida anunciou uma retirada de cerca de US$ 2 bilhões da BlackRock — a maior anti-ESG já feita por um estado dos Estados Unidos.

‘Resolver a situação’

Em resposta à reação do Partido Republicano, a BlackRock despejou quantias recordes de dinheiro em campanhas políticas nos Estados Unidos este ano. Fink disse na semana passada que tem passado muito tempo em Washington para “resolver a situação”.

O controlador da cidade de Nova York, no entanto, reclamou que a BlackRock não fez mais para pressionar as empresas a combater o aquecimento global. Em setembro, alertou a BlackRock, que administra US$ 43 bilhões para três dos fundos de pensão da cidade, que estava reavaliando esse negócio.

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Fink, 70, cofundou a BlackRock em 1988 e ocupa o cargo de CEO desde então. Desde 2000, suas ações ganharam uma média de 22% ao ano, muito acima do aumento médio de 7,5% do S&P 500.

— Com a ajuda de Saijel Kishan.

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