Bloomberg — O banco JPMorgan Chase planeja aumentar o número de funcionários no private banking para América Latina em cerca de 25% no ano que vem, priorizando a expansão no segmento que atende os clientes com US$ 5 milhões a US$ 25 milhões investidos com o banco.
As contratações adicionariam cerca de 100 pessoas às equipes de private banking do JPMorgan servindo a região dos escritórios de Miami, Nova York, Houston e Genebra, cidades nas quais o banco tem cerca de 430 funcionários dedicados a esse negócio.
“Temos contratado de forma muito agressiva neste segmento e vamos continuar a fazer isso”, disse Edinardo Figueiredo, presidente do private banking do JPMorgan para América Latina, em entrevista. “Ainda há muito espaço para ganhar.”
O JPMorgan, que já é o líder em private banking para latino-americanos, está ganhando participação de mercado, pois a incerteza política tem convencido muitos clientes a diversificar no exterior, segundo Figueiredo.
O JPMorgan tem cerca de US$ 180 bilhões em fortunas dos clientes latino-americanos sob gestão, e cerca de 10% desses recursos estão em Genebra.
Os clientes do Credit Suisse retiraram até 84 bilhões de francos suíços (cerca de US$ 90 bilhões) do banco durante as primeiras semanas do trimestre, em meio às preocupações contínuas sobre os esforços de reestruturação do banco. Esse é potencialmente o pior êxodo desde a crise financeira.
Bancos de todo o mundo têm competido por clientes ricos, reforçando suas áreas de assessoria e empréstimos para capturar mais ativos. O Citigroup combinou suas unidades de gestão de recursos de terceiros e de private banking sob um único executivo no início do ano passado, e o Bank of America disse em setembro que formou um novo grupo para expandir as ofertas de produtos para clientes abonados.
Em 2020, o JPMorgan começou a fechar seus negócios de private banking locais em países latino-americanos como Brasil e México, encerrando um esforço de décadas para competir localmente depois de decidir que não tinha escala para ser lucrativo. Agora atende a clientes da América Latina somente de escritórios fora da região.
A maior parte das fortunas sob gestão, cerca de US$ 65 bilhões, é de clientes mexicanos. Brasileiros ricos, a maioria dos quais investe seu dinheiro localmente, têm US$ 31 bilhões no exterior investidos no JPMorgan, disse Figueiredo.
O banco contratou 50 pessoas no ano passado e este ano aumentou a equipe latino-americana de private banking com 20 novos bankers em Miami, disse Figueiredo.
“Agora tenho 70 pessoas atendendo a clientes com US$ 5 milhões a US$ 25 milhões investidos conosco, e podemos chegar a 100 rapidamente nos próximos dois anos”, disse ele, acrescentando que esses clientes podem acessar toda a plataforma de produtos do JPMorgan, incluindo empréstimos imobiliários.
O banco também está se beneficiando de uma tendência entre os latino-americanos ricos de se tornar “superglobais”, disse ele, citando uma família latino-americana com apartamentos na Itália, em Paris e no Reino Unido. Enquanto os brasileiros costumam comprar imóveis em Miami, Nova York ou Portugal, clientes de países de língua espanhola estão comprando imóveis em Madri, disse ele, acrescentando que o banco fez um evento lá com mais de 120 participantes.
O JPMorgan terá um aumento de receita de 20% no negócio de private banking este ano na América Latina, depois de captar cerca de US$ 13 bilhões em dinheiro novo em termos líquidos. No ano passado, teve ingressos líquidos de US$ 23 bilhões, disse ele.
“Considerando-se o ingresso de dinheiro novo e ganhos com o aumento dos juros e forte atividade de corretagem, estamos tendo o melhor ano desde 2010”, disse Figueiredo.
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