Bloomberg — A China acelerou suas compras de milho brasileiro para substituir importações do grão mais caro dos Estados Unidos. Quatro navios carregados com milho brasileiro estão a caminho da China e outros cinco devem partir em breve, segundo a Alphamar Agência Marítima. Com mais embarcações à espera para carregar, o total de milho enviado a China deve ultrapassar 1 milhão de toneladas no ano.
Os embarques até o momento já somam 280.000 toneladas, apenas um mês após a partida da primeiro carga de milho brasileiro com destino à China.
A China é grande importadora de milho americano e ucraniano, e seu apetite por suprimentos brasileiros mais baratos afeta as vendas dos Estados Unidos. Os dados da exportação de milho americano até agora este ano indicam uma queda de 33%. A estiagem do rio Mississípi, por onde a produção é escoada, eleva os custos de logística e deixa o grão americano caro.
Há outras quatro embarcações que poderiam partir para a China em breve, dados padrões de carga semelhantes, embora os destinos finais possam mudar, disse o diretor comercial da Alphamar, Arthur Neto. “Essas confirmações estão acontecendo no último minuto”, disse.
Se todos os navios atracados seguirem para a China, as vendas totais de milho do Brasil para o país asiático podem ultrapassar 1 milhão de toneladas este ano.
O Brasil exportou um recorde de 6 milhões de toneladas de milho em novembro, elevando o total do ano para 38 milhões, quase o dobro dos 20,6 milhões embarcadas em 2021. O Brasil deve colher uma safra recorde de 126 milhões de toneladas, de acordo com estimativas do Departamento de Agricultura dos EUA.
As perdas das safras europeias devido ao calor excessivo e às secas repentinas aumentaram a competição da Europa com a China por suprimentos. A fila e o tempo de espera no porto de Santos, o maior da América do Sul, estão aumentando.
Na Ucrânia, as exportações de milho aumentaram 63% em relação ao ano anterior. Espera-se que esses grãos sejam vendidos na Europa, que dobrou suas importações de milho este ano.
Com a redução da demanda por suprimentos dos EUA, os futuros em Chicago atingiram sei nível mais baixo desde agosto na segunda-feira.
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