Esta marca de moda deve crescer 45% no ano e quer usar a entrega como alavanca

Dominique Oliver, CEO da Amaro, diz à Bloomberg Línea que empresa pretende aumentar a frequência de compras com redução do tempo de entrega para até 3 horas

Novo formato de entregas rápidas deve estar disponível para 60% dos consumidores
05 de Dezembro, 2022 | 05:32 PM

Bloomberg Línea — Na disputa pelo consumidor, oferecer um produto desejado pode não ser suficiente. Com grandes plataformas de e-commerce reduzindo o tempo de entrega, varejistas que atuam em segmentos específicos também recorrem a formas para agilizar o recebimento em tentativa para ampliar as vendas.

A varejista de moda Amaro iniciou nesta segunda-feira (5) um formato de entrega instantânea de alguns produtos vendidos no site. O projeto da empresa prevê que, agora, roupas, calçados e produtos de bem-estar e casa sejam entregues em até três horas em algumas localidades, como a Grande São Paulo.

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Segundo o CEO da companhia, Dominique Oliver, o novo formato de entregas rápidas deve estar disponível para 60% dos consumidores da marca e é uma estratégia para aumentar o faturamento com as festas de fim de ano.

“Percebemos que, quanto mais rápido entregamos, mais rápida é a nossa frequência, o que faz com que as clientes voltem mais vezes para nosso site. Isso deve aumentar a venda nas próximas semanas, especialmente para o Natal”, disse ele à Bloomberg Línea. Neste ano, a empresa espera um aumento de 45% no faturamento em relação a 2021 — a companhia não revela os valores.

A Amaro não está sozinha.

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Nos últimos anos, diversas varejistas, como o Mercado Livre (MELI), Amazon (AMZN), Americanas (AMER3) e Magazine Luiza (MGLU3), fizeram investimentos para aprimorar a cadeia logística, justamente com objetivo de acelerar o prazo de entrega dos produtos e fidelizar clientes.

O Mercado Livre informou em seu balanço do terceiro trimestre que 55% das entregas hoje são feitas no próprio dia ou no dia seguinte ao pedido, e 80% das compras são entregues dentro de 48 horas.

“O tempo de entrega em cidades fora do Sul e do Sudeste é muitas vezes de até sete dias, e conseguir receber em três horas muda completamente a experiência do cliente”, diz.

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O entrega será realizada em conjunto com a operação de lojas físicas próximas ao endereço do cliente, e os itens disponíveis no modelo de entrega rápida serão marcados por uma espécie de etiqueta no site.

Outra opção que passa a estar disponível é a de comprar um produto online e optar que ele seja entregue em uma das lojas da Amaro — funcionalidade também já presente em diversas outras varejistas do setor, como a Zara e a Renner.

Segundo o CEO, o IPO (oferta inicial de ações) não está nos planos da companhia fundada há dez anos. Oliver diz que, por enquanto, o foco é abrir novas lojas físicas e continuar “a retomada no pós-covid”.

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“Nossas categorias tiveram uma retomada de consumo bastante forte porque as pessoas voltaram a sair de casa, a se encontrar com amigos, comemorando momentos importantes, o que fez com que essa área crescesse bastante no primeiro trimestre”, afirma.

“No segundo trimestre vimos uma desaceleração do consumo, inclusive no online, com as pessoas focadas em experiências e em compras ao vivo, e o e-commerce diminuiu. Apesar disso, tivemos um ano de bastante crescimento e de uma demanda bastante robusta.”

Ainda sem números fechados sobre o dia de descontos, a Black Friday deste ano deve representar 5% do faturamento anual da companhia. Mesmo com o e-commerce em queda, 60% das vendas da varejista são feitas no online. O restante é realizado nas 21 lojas físicas da marca (chamadas de guide shops).

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Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.