Ações do Credit Suisse sobem com relato de interesse do príncipe herdeiro saudita

Segundo reportagem do ‘Wall Street Journal’, Mohammed bin Salman estaria se preparando para investir US$ 500 milhões no banco de investimentos

Mohammed bin Salman, el príncipe heredero de Arabia Saudí Fotógrafo: Luke MacGregor/Bloomberg
Por Marion Halftermeyer - Allegra Catelli
05 de Dezembro, 2022 | 08:28 AM

Bloomberg — As ações do Credit Suisse Group (CS) subiam mais de 7% nesta manhã, com relatos de que o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, está se preparando para investir cerca de US$ 500 milhões no futuro banco de investimentos do grupo suíço.

Segundo informações divulgadas pelo Wall Street Journal, citando pessoas com conhecimento do assunto, entre outros investidores poderia estar o ex-presidente-executivo do Barclays, Bob Diamond, do Atlas Merchant Capital. Não foi especificado se o investimento do príncipe seria daria de forma pessoal ou por meio de instrumentos de investimento saudita.

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O Saudi National Bank (SNB), cujo patrimônio é 37% de propriedade do fundo soberano do país, já é um investidor-âncora no aumento de capital do banco suíço no valor de US$ 4 bilhões.

A perspectiva de investimento da Arábia Saudita criaria outro impulso de confiança para os esforços de reestruturação do credor, e os executivos já disseram que têm vários investidores interessados em uma reprise do Credit Suisse First Boston sob comando de Michael Klein.

O negócio do First Boston que Klein está assumindo tentaria proteger e restaurar alguns segmentos historicamente fortes do banco de investimento, como fusões e aquisições e finanças alavancadas. A divisão de banco de investimento da empresa suíça foi chamada de Credit Suisse First Boston por quase duas décadas antes de decidir, em 2005, adotar um nome único para todos os seus negócios.

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O potencial investimento do líder saudita, conhecido como MBS, seria mais uma demonstração dos laços de Klein com o Oriente Médio. Essa conexão tem sido parte fundamental dos planos do banco de investimento e do aumento de capital. Ele esteve diretamente envolvido em ajudar o Credit Suisse a alinhar o investimento do Saudi National Bank, permitindo que ele assumisse uma participação de até 9,9% no credor de Zurique, segundo a reportagem.

Os laços de Klein com o Oriente Médio remontam à sua passagem pelo Citigroup, onde liderou as negociações durante a crise financeira com uma injeção de capital de US$ 7,5 bilhões de Abu Dhabi. Ele também supervisionou a equipe do Citigroup que ajudou a Dow Chemical a obter financiamento da Kuwait Investment Authority.

O banco com sede em Zurique ampliou a confiança dos investidores na semana passada, quando o presidente Axel Lehmann disse que sua situação de liquidez havia melhorado e que as grandes saídas de ativos de clientes no começo deste trimestre haviam sido contidas. A desvalorização acumulada nas últimas semanas levou as ações do banco para um patamar muito próximo do que o credor suíço está oferecendo aos investidores em seu aumento de capital, um movimento que ameaça limitar a atratividade da oferta.

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As novas ações começarão a ser negociadas em 9 de dezembro. O Credit Suisse precisa desses recursos para financiar uma grande reestruturação, incluindo cortes de empregos e a separação de seu negócio de banco de investimento.

O Credit Suisse anunciou nesta segunda-feira que concluiu a emissão de US$ 5 bilhões em novas dívidas, parte do plano do banco para fortalecer seu balanço, e divulgará um plano de financiamento atualizado para 2023 quando divulgar os resultados do quarto trimestre, no dia 9 de fevereiro.

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