Bloomberg — O aumento da inflação deve corroer boa parte dos aumentos salariais pelo segundo ano consecutivo em 2023, segundo uma nova pesquisa que prevê que apenas 37% dos países em todo o mundo esperam relatar aumentos salariais em termos reais.
A região mais atingida provavelmente será a Europa, onde os salários reais – o crescimento nominal dos salários menos a taxa de inflação – serão reduzidos em média 1,5%, de acordo com a consultoria de mão de obra ECA International.
Os britânicos sofreram o maior impacto neste ano desde que a pesquisa teve início, em 2000. Apesar de um aumento nominal salarial médio de 3,5%, os salários em termos reais caíram 5,6%, devido a uma inflação média de 9,1%. E eles devem cair mais 4% em 2023.
Nos Estados Unidos, uma queda real de 4,5% este ano deve ser revertida pela queda da inflação no ano que vem, o que se traduz em um aumento salarial de 1% em termos reais.
Os países asiáticos constituem oito dos 10 principais países com previsão de aumento nos salários reais, liderados pela Índia, com 4,6%, o Vietnã, com 4,0%, e a China, com 3,8%.
O Brasil, com aumento de 3,4%, e a Arábia Saudita, com 2,3% de aumento, completam os cinco primeiros colocados.
O diretor regional da ECA International para a Ásia, Lee Quane, disse: “nossa pesquisa indica outro ano difícil para os trabalhadores no mundo inteiro em 2023. Apenas cerca de um terço dos países pesquisados deve ter aumento salarial em termos reais, embora esse número seja melhor que os 22% que tiveram aumentos neste ano”. Os salários médios caíram 3,8% em 2022, de acordo com a ECA.
A Pesquisa de Tendências Salariais da ECA se baseia em informações coletadas de mais de 360 empresas multinacionais em 68 países e cidades.
Estes são os 10 principais países e seus aumentos salariais previstos em termos reais em 2023:
E estes são os países no fim do ranking e suas quedas esperadas em termos reais:
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