Bloomberg — Um número recorde de casas está sendo retirado do mercado americano, à medida que os vendedores enfrentam uma queda acentuada na demanda, de acordo com a corretora de imóveis Redfin.
Em média, 2% das casas à venda foram retiradas de anúncios a cada semana durante os três meses encerrados em 20 de novembro, segundo a Redfin. Isso se compara a 1,6% um ano antes e é mais um sinal de que a expansão imobiliária de uma década acabou.
Em uma reversão completa do frenesi de compra no meio da pandemia que levou os preços das casas a níveis recordes, a demanda caiu à medida que as taxas de hipoteca dispararam este ano. Embora os custos dos empréstimos tenham caído ligeiramente nas últimas semanas, muitos compradores em potencial deixaram de querer comprar casas.
Como resultado, os vendedores estão cada vez mais tirando suas casas do mercado depois de receber ofertas baixas que não estão dispostos a aceitar - ou nenhuma oferta.
“Alguns vendedores estão tendo dificuldade em entender que não estamos mais em um frenesi do mercado imobiliário - é difícil para eles engolir que perderam o barco ao conseguir um preço alto”, disse Heather Kruayai, corretora de imóveis da Redfin em Jacksonville, Flórida.
As cidades em expansão por conta da pandemia estão vendo o maior aumento de residências retiradas do mercado, principalmente aquelas do chamado “Cinturão do Sol”, nos Estados Unidos. Sacramento, na Califórnia, teve o maior salto em fechamentos semanais, com 3,6% de listagens ativas retiradas do mercado em média durante as 12 semanas encerradas em 27 de novembro, um aumento de 1,6 pontos percentuais em relação ao ano anterior. Austin, no Texas, seguiu com um salto de 1,5 ponto percentual nos fechamentos de capital.
A análise da Redfin analisou 43 das 50 áreas metropolitanas mais populosas dos Estados Unidos.
Com temores de uma desaceleração econômica iminente, o agente de Seattle David Palmer prevê que os vendedores pessimistas podem manter suas casas fora do mercado por um tempo.
“Com a palavra ‘recessão’ por aí, não há tanto otimismo sobre a primavera ser um mercado melhor”, disse Palmer. “Agora as pessoas estão falando em tentar novamente daqui a um ou dois anos, quando a economia melhorar.”
Veja mais em Bloomberg.com
Leia também
Bancos de Wall Street devem cortar bônus em até 30% com a queda do mercado
© 2022 Bloomberg L.P.
