Por que o Goldman Sachs prevê uma melhora do mercado de ações no ano que vem

Papéis da América Latina, incluindo o Brasil, podem se recuperar no segundo semestre do ano que vem com a queda das taxas de juros nos países da região

As vendas de ações na América Latina caíram 63% até agora este ano, para US$ 11,6 bilhões, segundo dados compilados pela Bloomberg
Por Cristiane Lucchesi
02 de Dezembro, 2022 | 08:21 AM

Bloomberg Línea — Os mercados de ações na América Latina devem se recuperar nos últimos dois trimestres do ano que vem porque as taxas de juros podem começar a cair em alguns países, de acordo com o chefe de renda variável do Goldman Sachs para a região.

“Acho que haverá muita atividade no segundo semestre de 2023”, disse Facundo Vázquez em entrevista em Nova York. “A região está em melhor posição para aproveitar os cortes nas taxas de juros porque começou a aumentar as taxas há mais de um ano, antes dos EUA, e em alguns países a inflação está no pico ou até começando a cair.”

As vendas de ações na América Latina caíram 63% até agora este ano, para US$ 11,6 bilhões, segundo dados compilados pela Bloomberg. Depois que as empresas brasileiras levantaram mais de US$ 16 bilhões em 2021 por meio de ofertas públicas iniciais (IPO, na sigla em inglês), o número caiu para zero este ano. As empresas mexicanas não concluem um IPO desde janeiro de 2018, disse Vázquez.

A invasão da Ucrânia pela Rússia também trouxe “vantagens competitivas” para os países latino-americanos, já que muitos se beneficiam dos preços mais altos de commodities, como petróleo, soja e metais, e também podem ver fluxos de investimentos anteriormente direcionados para a Rússia ou a China.

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“O que também me deixa um pouco otimista para os próximos anos é que, quando temos esses superciclos de commodities, os mercados emergentes tendem a se sair bem e, obviamente, você vê um fluxo de capital para a região”, disse Vázquez.

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