Descubra quais são as 10 empresas para ficar de olho em 2023

De startups candidatas a IPO a grupos de energias renováveis, conheça 10 empresas apontadas por especialistas que devem ganhar os holofotes no próximo ano

01 de Dezembro, 2022 | 11:28 AM

Bloomberg Línea — O ano que acaba foi marcado pelo impacto do aumento das taxas de juros, pelas incertezas com as eleições e pelo fim das restrições com a pandemia, o que permitiu que bancos e empresas do setor de serviços se beneficiassem. E 2023, como será? Quais empresas devem se destacar em diferentes frentes, seja no alto crescimento e na inovação típicas de startups, de empresas que representam novas tendências de negócios ou de companhias listadas cujas ações são candidatas a forte valorização na bolsa brasileira?

Nas duas últimas semanas, a Bloomberg Línea analisou oito relatórios de recomendação de ações preparados por bancos e corretoras e estudos de consultorias e entidades empresariais e conversou com fontes de diferentes setores para chegar à lista abaixo de 10 companhias para ficar de olho em 2023.

A lista não é um ranking com critérios em cima de indicadores financeiros, mas uma recomendação de empresas que podem se destacar em suas respectivas áreas de atuação no próximo ano. Veja a seguir:

1. Casa dos Ventos

A empresa líder na geração de energia eólica no país tem se beneficiado do crescente interesse de indústrias para aumentar o uso de energias renováveis, em uma tendência que deve se acelerar em 2023. A recente entrada da francesa Total Energies, que pagou R$ 3,1 bilhões para adquirir 34% do capital em uma joint venture para construção e operação de projetos, e novos contratos com o BNDES, que irá financiar quatro parques eólicos, vão permitir que a Casa dos Ventos triplique a capacidade de geração nos próximos dois anos, até 2024. A capacidade deve passar dos atuais 700 MW para 6 GW até 2026.

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2. BRK Ambiental

Uma das maiores empresas privadas de saneamento do país é forte candidata a testar a receptividade de investidores em 2023, seja por meio de um IPO que esteve nos planos neste ano ou de uma operação de M&A (fusão & aquisição) com outros players do setor. Essa é a expectativa do mercado sobre o acionista controlador, o grupo canadense Brookfield, dono de 70% do capital. A BRK Ambiental, que atende mais de 16 milhões de pessoas em 13 estados, já teve uma amostra do interesse ao captar em novembro R$ 2 bilhões com a emissão de debênture azul, cujos recursos serão utilizados para preservação hídrica.

3. Creditas

Antes da virada do mercado com a alta de juros, a Creditas era apontada como uma das startups que liderariam a próxima fila de IPOs, na NYSE ou na Nasdaq. A expectativa de reabertura da janela em 2023 pode confirmar a tese. Ao longo deste ano, a Creditas se provou um dos unicórnios brasileiros mais resilientes, adaptando o seu modelo de crédito com garantia e venda de produtos financeiros em verticais como a de carros ao ambiente de juros elevados: está desacelerando o ritmo de crescimento de 300% para 200% ao ano e reprecificando o portfólio de crédito, a fim de preservar as margens.

4. Eletrobras

Sob o comando novamente de Wilson Ferreira Jr. e sob controle privado desde meados deste ano, a maior empresa do setor elétrico da América Latina deve avançar no plano de ganho de eficiência operacional e de energias renováveis em 2023, o que deve destravar mais valor para os acionistas. Apesar do recente anúncio de adiamento da migração para as regras mais avançadas de governança do Novo Mercado da B3, diante de incertezas econômicas, analistas dos principais bancos e corretoras mantém recomendação de compra para as ações da Eletrobras (ELET3; ELET6), com potencial de alta que supera 30% em 12 meses na maioria dos casos.

5. Iguatemi

Um dos maiores grupos de shopping centers e torres comerciais do Brasil retomou sua estratégia de expansão após reestruturação societária concluída em meados deste ano. O objetivo ambicioso é dobrar de tamanho nos próximos anos, não só de forma orgânica. O Iguatemi (IGTA3) tem buscado crescer consolidando ativos dominantes voltados para o público de alta renda e para sua plataforma digital Iguatemi 365, que conecta marcas de alto luxo aos consumidores. A unit (IGTI11) figura como top pick do varejo em diversas corretoras, dado o fato de que é negociada com desconto em relação a alguns de seus pares.

6. Petz

A maior empresa do setor pet no Brasil está executando a estratégia de ampliar a oferta de serviços para fidelizar o consumidor e fortalecer o cross selling (venda cruzada de produtos). Uma das principais apostas é na oferta de planos de saúde para os animais de estimação, de olho na base de 300 mil clientes recorrentes. O programa piloto do plano está sendo testado e pode entrar em escala comercial em 2023. Com resultados de forte expansão no terceiro trimestre deste ano e um lucro 34% maior na comparação com o mesmo período de 2021, a Petz (PETZ3) é uma das principais recomendações de analistas no varejo.

7. Embraer

A fabricante de jatos comerciais e executivos continuará em rota de recuperação no pós-pandemia. O setor de transporte aéreo segue aquecido, em especial nos Estados Unidos, com a retomada gradual do mercado regional de jatos de médio porte e a demanda mais consolidada na aviação executiva. E isso deve reforçar a geração de caixa e as margens. Analistas do setor permanecem otimistas com as perspectivas da ação da Embraer (EMBR3) também em razão de sua presença no promissor mercado de eVTOL (veículos elétricos de pouso e decolagem vertical) por meio de sua startup Eve, listada na Bolsa de Nova York.

8. Gerdau

A Gerdau (GGBR4) é uma das principais escolhas de analistas para o setor de metais e mineração em razão de sua atuação geográfica diversificada. Cerca de metade do Ebitda vem da operação na América do Norte, o que significa que a empresa se beneficia de um cenário de dólar valorizado. Em 2023, a empresa deve começar a operação da Addiante, uma joint-venture com a Randon (RAPT4) com foco no aluguel de caminhões. Nesta semana, anunciou ainda a entrada em geração de energias renováveis, o que deve reduzir o custo de produção ao mesmo tempo em que amplia a sustentabilidade de sua operação.

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9. Tigre

A Tigre tende a ser uma das principais empresas beneficiadas pelo novo governo do presidente eleito Lula e pela promessa de campanha de que trará de volta uma versão turbinada do programa Minha Casa Minha Vida, de habitações populares e para a classe média. Além disso, a empresa tem participação internacional relevante na Argentina, nos Estados Unidos e no Uruguai, o que representa diversificação das receitas. Em fevereiro deste ano, a Tigre foi avaliada em cerca de R$ 5,4 bilhões após a Advent adquirir 25% da companhia em um negócio de R$ 1,35 bilhão, o que se traduz em aumento dos investimentos.

10. Drumwave

Se o Pix revolucionou o sistema de pagamentos e transferências no Brasil, a próxima onda será a monetização dos dados financeiros que pertencem aos consumidores. Essa é a aposta da Drumwave, startup fundada pelo empreendedor André Vellozo no Vale do Silício e que atraiu investidores como Fernando Teles, ex-CEO da Visa no Brasil. A tese da monetização é defendida pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. A Drumwave tem como principal solução uma carteira digital de dados para cada pessoa, que terá condição de negociá-la com empresas interessadas, não só financeiras.

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Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 29 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.

Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.