Bloomberg — A Natura &Co (NTCO3) trabalha com o Bank of America (BAC) e o Morgan Stanley (MS) para vender uma participação em sua unidade Aesop, segundo pessoas familiarizadas com o assunto disseram à Bloomberg News.
As ADRs (recibos de ações) negociadas na Bolsa de Nova York subiam perto de 4% no after hours, depois de alta de 2,35% nesta terça-feira (29). Na bolsa brasileira, a ação teve alta de 1,23%.
A Aesop, marca de luxo da empresa brasileira, atraiu o interesse da empresa de private equity CVC Capital Partners e concorrentes como L’Occitane e Shiseido, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas porque as discussões não são públicas.
A Natura preferia inicialmente uma oferta pública inicial de ações para a Aesop, mas mudou para uma venda de participação por meio de uma colocação privada por causa dos mercados de ações desfavoráveis, disseram as pessoas. Uma participação minoritária seria relativamente fácil de vender devido a questões operacionais, e agora é o caminho mais provável que a Natura tomará, disse uma das pessoas.
As discussões estão em estágio inicial e podem terminar sem um acordo, disseram as pessoas.
Natura, Bank of America, Morgan Stanley e CVC não comentam. L’Occitane e Shiseido não responderam imediatamente a pedidos de comentários. O Daily Mail noticiou anteriormente o interesse de CVC, L’Occitane e Shiseido.
A Aesop registrou receita de quase R$ 603 milhões no terceiro trimestre, respondendo por cerca de 7% da receita líquida total da Natura.
O analista Luiz Guanais, do BTG Pactual, estimou no mês passado que a Aesop poderia valer cerca de R$ 9 bilhões, considerando o múltiplo médio para o setor global de cosméticos de cerca de 15 vezes a relação de 2022 do valor da empresa para o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização.
A Natura, com sede em São Paulo, disse em 18 de outubro que estava avaliando opções para destravar valor na Aesop, incluindo um possível IPO ou cisão, já que a empresa buscava restaurar a confiança de investidores.
O anúncio, parte de uma reforma mais ampla orquestrada por Fabio Barbosa, que assumiu o cargo de presidente neste ano, levou o JPMorgan a elevar a recomendação das ações da Natura de neutra para uma equivalente à compra.
A Natura registrou receita líquida de R$ 9 bilhões no terceiro trimestre, abaixo das estimativas de analistas de R$ 9,29 bilhões.
As ações da empresa continuaram caindo e acumulam queda de 54% no ano, deixando a companhia com valor de mercado de R$ 16 bilhões.
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