Guerra de Musk contra a Apple põe em risco a relação com anunciante-chave

Gastos com anúncios da Apple no Twitter ficavam acima de US$ 100 milhões, segundo pessoas ouvidas pela Bloomberg News

Bilionário diz que a Apple cortou a publicidade no Twitter e ameaçou tirar a rede social da loja de aplicativos
Por Mark Gurman e Kurt Wagner
29 de Novembro, 2022 | 10:48 AM

Bloomberg — A estreia de Elon Musk no comando do Twitter já incluiu a demissão da maioria dos funcionários, mudanças em recursos importantes e a volta de contas banidas. Agora ele embarca no que pode ser sua aposta mais arriscada: uma guerra à Apple.

O bilionário atacou a fabricante do iPhone com uma enxurrada de posts na segunda-feira (28), dizendo que a empresa cortou a publicidade no Twitter e ameaçou tirar a rede social da loja de aplicativos.

Ele perguntou se a Apple odiava a liberdade de expressão, criticou suas tarifas para aplicativos e até ponderou se a gigante de tecnologia poderia ir atrás de outra de suas empresas, a Tesla.

Ao comprar briga com a Apple, Musk desafia uma empresa que é vital para o sustento do Twitter. A Apple era um dos principais anunciantes da rede social, que tinha uma equipe dedicada a manter o relacionamento, segundo pessoas a par do assunto ouvidas pela Bloomberg News. Os gastos com anúncios ficavam bem acima de US$ 100 milhões por ano, disse uma das pessoas.

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“Elon Musk agora representa risco, e a Apple não vai correr esse risco”, disse Lou Paskalis, executivo sênior de marketing e mídia que já ajudou a chefiar a área de publicidade do Bank of America.

A Apple também opera uma plataforma essencial para os usuários do Twitter: a App Store. Se a empresa de Musk perder o acesso, o Twitter será cortado de mais de 1,5 bilhão de dispositivos em todo o mundo.

Mas o bilionário também tem poder de fogo. Ao retratar suas rixa como uma luta pela liberdade de expressão, ele pode energizar seus milhões de fãs. E seu desdém pelas tarifas da plataforma de aplicativos da Apple é compartilhado por desenvolvedores de software, legisladores e reguladores em todo o mundo, dando a ele uma possível vantagem.

A Apple não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. Alguns usuários do Twitter disseram na segunda-feira que continuam vendo anúncios da Apple em seus feeds, mas uma pessoa familiarizada com o assunto confirmou que a empresa reduziu os anúncios.

A Apple historicamente contou muito com o Twitter porque não faz propaganda no Facebook, de acordo com uma das pessoas com conhecimento de sua estratégia.

A Apple se junta a várias grandes empresas na redução de seus anúncios no Twitter desde que Musk adquiriu a empresa por US$ 44 bilhões no mês passado.

O êxodo incluiu General Mills e Pfizer, e Musk já reconheceu que as deserções levaram a uma “queda maciça” na receita.

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