Expectativa para a inflação volta a subir e 4 assuntos do Brasil e do mundo

Confira os principais tópicos que vão marcar o sentimento dos mercados nesta segunda-feira (28)

Expectativas para a inflação de 2022 subiram para 5,91% e passaram para 5,02% para 2023
28 de Novembro, 2022 | 09:24 AM

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Bloomberg Línea — A semana começa com a China no foco após uma série de manifestações contra a política de Covid Zero por todo o país, aumentando a cautela dos investidores no mercado ao redor do globo. No Brasil, quem abre a semana é o tradicional Boletim Focus, do Banco Central, que elevou pela quinta vez consecutiva sua expectativa para a inflação deste ano. Além disso, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a Brasília para negociar a PEC da Transição após uma semana afastado por questões de saúde.

Veja as outras notícias que devem afetar os mercados nesta segunda-feira (28):

1. Boletim Focus

O mercado financeiro voltou a elevar suas projeções para o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) de 2022 para 5,91%, segundo divulgação do Boletim Focus do Banco Central na manhã de hoje. Há uma semana, a projeção era de 5,88%. Para 2023, a expectativa subiu de 5,01% para 5,02% e, para 2024, seguiu em 3,50%. A projeção de alta do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano também foi elevada, de 2,80% para 2,81%, e foi mantida em 0,70% para 2023, enquanto a de 2024 continuou em 1,70%.

Em relação ao câmbio, a estimativa para o dólar subiu, com a cotação prevista em 2022 de R$ 5,27. Já sobre a taxa Selic, a expectativa continuou mantida em 13,75% para este ano e em 11,50% para 2023. Para 2024, foi elevada de 8,00% para 8,25%.

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2. O peso China

O último fim de semana foi marcado por raros protestos que se espalharam por toda a China, com multidões protestando contra as políticas de Covid Zero do país e também com críticas ao Partido Comunista e ao próprio presidente Xi Jinping. A tensão social escalou depois que o número de novos casos da doença voltou a subir, sobretudo na última semana, o que levou a mais controles e restrições por parte das autoridades.

“O governo pode em breve precisar escolher entre mais bloqueios e mais surtos de covid”, escreveu Hui Shan, economista-chefe do Goldman Sachs na China, em nota no domingo (27). Quase três anos de bloqueios e restrições abalaram a economia chinesa diante de controles cada vez mais rígidos que acabam limitando a mobilidade das pessoas e interrompendo as atividades no comércio.

3. Mercados

Os mercados sentem o peso das manifestações na China, com os preços de commodities despencando nesta manhã e levando uma injeção de cautela entre os investidores. Nos Estados Unidos, os futuros operam em queda enquanto a agitação chinesa pesa no sentimento. Às 9h00, o Dow Jones futuro caía 0,62%, o S&P recuava 0,86% e o Nasdaq tinha queda de 0,89% no mesmo horário. Por aqui, o Ibovespa futuro abriu em queda de 0,72% enquanto o dólar futuro avançava 0,23%.

4. Manchetes do dia

  • Estadão: Benefício retroativo pode dar R$ 2 milhões para juiz federal
  • Folha de S. Paulo: Mais pobres se endividam para comer e pagar contas
  • O Globo: Salto nos preços de alimentos é desafio para novo governo
  • Valor: PIB desacelera, mas deve avançar 0,6% no 3º tri

5. Agenda

Embora a semana reserve indicadores importantes, como dados de emprego nos Estados Unidos e no Brasil, além da divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro do terceiro trimestre, a segunda-feira promete ser mais calma, com o tradicional Boletim Focus por aqui, que reúne as projeções do mercado para a economia, e o Índice de Atividade Fed-Dallas de novembro nos EUA.

Na agenda política, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúne com o vice, Geraldo Alckmin (PSB), às 11h30, na sede do Gabinete de Transição, no CCBB de Brasília. É esperado que Lula assuma as rédeas das negociações da PEC da Transição e se reúna também com líderes partidários e com o presidente do Senado Federal e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, e com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.

E também...

Os preços do petróleo caem nesta manhã, com os protestos na China, o maior importador da commodity no mundo, contra as restrições relacionadas à covid-19 aumentando os temores com a demanda. As preocupações se alastraram para outras commodities, como metais e óleo vegetal, enquanto os protestos impressionantes em ruas e em cidades de todo o país ameaçam atrapalhar a atividade econômica e minar a demanda por energia, alimentos e matérias-primas. Às 8h07, o petróleo tipo Brent despencava 3,07%, a US$ 81,14 o barril, enquanto o WTI recuava 3,05%, a US$ 73,97 o barril.

--Com informações da Bloomberg News

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Melina Flynn

Melina Flynn é jornalista naturalizada brasileira, estudou Artes Cênicas e Comunicação Social, e passou por veículos como G1, RBS TV e TC, plataforma de inteligência de mercado, onde se especializou em política e economia, e hoje coordena a operação multimídia da Bloomberg Linea no Brasil.