Elon Musk diz que a Apple ‘praticamente parou’ de anunciar no Twitter

A relação do Twitter com a Apple é importante porque a loja de apps da gigante de tecnologia é uma das principais formas de entrada na plataforma

Elon Musk
Por Nick Turner - Mark Gurman
28 de Novembro, 2022 | 04:57 PM
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Bloomberg — Elon Musk disse que a Apple (AAPL) cortou sua publicidade no Twitter (TWTR) e até ameaçou retirar a rede social de sua loja de aplicativos, sugerindo que uma disputa está se formando entre as duas empresas.

“A Apple praticamente parou de anunciar no Twitter”, tuitou Musk nesta segunda-feira (28). “Eles odeiam a liberdade de expressão na América?” Ele então postou novamente e incluiu a conta no Twitter do CEO da Apple, Tim Cook: “O que está acontecendo aqui?”

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Alguns minutos depois, ele afirmou que a Apple pode retirar o Twitter de sua loja de aplicativos “mas não nos diz por quê”.

Várias grandes empresas pausaram seus anúncios no Twitter desde que Musk adquiriu a empresa por US$ 44 bilhões no mês passado. O êxodo em massa incluiu empresas como a General Mills e a Pfizer, e o bilionário reconheceu que as saídas levaram a uma “queda maciça” na receita.

Desde a aquisição, ele cortou milhares de empregos no Twitter, levantando preocupações de que a plataforma não será capaz de combater nem o discurso de ódio nem a desinformação. Somado a isso, uma nova abordagem para verificação de contas também abriu as portas para que perfis falsos se passarem por grandes marcas e até pelo próprio Musk.

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A relação do Twitter com a Apple é particularmente significativa porque a loja de aplicativos da gigante de tech é uma das principais formas de acesso das pessoas à rede social.

Phil Schiller, o executivo de longa data da Apple que supervisiona a loja de aplicativos, deletou sua conta no Twitter depois que Musk restabeleceu a conta do ex-presidente Donald Trump, que havia sido expulso da plataforma após o ataque de 6 de janeiro de 2021 ao Capitólio americano.

A Apple, com sede em Cupertino, na Califórnia, não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. Apesar do tuíte de Musk, os usuários do Twitter disseram ainda na segunda-feira que continuavam a ver anúncios da Apple em seus feeds.

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Cook também continuou a usar o Twitter pessoalmente desde a aquisição de Musk. Ele postou uma mensagem no dia de Ação de Graças na semana passada “desejando a todos um dia alegre”.

Musk já havia tuitado que, se o Twitter for removido das lojas de aplicativos da Apple e do Google (GOOGL) ele fará um “telefone alternativo” que possa funcionar com a plataforma. A pessoa mais rica do mundo, que também dirige a Tesla (TSLA) e a SpaceX, disse que sua missão no Twitter é maximizar a liberdade de expressão.

Ele frequentemente usa sua conta pessoal, que tem mais de 119 milhões de seguidores, para criticar supostos adversários e a grande mídia.

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Musk disse antes que a Apple cobra uma comissão exorbitante em compras no aplicativo e renovou essa linha de ataque nesta segunda-feira. Ele postou um meme sugerindo que preferia “ir para a guerra” do que pagar a comissão de 30% da empresa.

O meme sinaliza que Musk pode estar pensando em seguir o caminho da Epic Games e recusar as taxas da Apple. Quando a Epic fez tal movimento, a Apple removeu o jogo de sucesso Fortnite, provocando um longo processo de vários anos.

Em outro tuíte, Musk sugeriu que a Apple fez exigências à moderação de conteúdo do Twitter. Ele também postou uma pesquisa perguntando se “A Apple deveria publicar todas as ações de censura tomadas que afetam seus clientes”.

A Apple e o Google (GOOGL) já removeram outras redes sociais de suas plataformas devido à moderação de conteúdo inadequada. No caso da Parler, uma rede social americana alternativa associada a conservadores, o aplicativo acabou sendo restaurado nas duas lojas de aplicativos depois que a rede social seguiu uma série de etapas para garantir a moderação do conteúdo.

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