Aversão a risco domina mercados com incertezas sobre impacto da covid na China

Protestos contra a política Covid Zero de Xi Jinping fomentam a cautela entre os investidores, que também aguardam indicadores macroeconômicos

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Barcelona, Espanha — Os investidores optam pela cautela ante a crescente agitação na China, com protestos violentos contra a política Covid Zero do governo de Xi Jinping. Ao mesmo tempo, monitoram hoje o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed) de Nova York, John Williams, e o desempenho do Black Friday, um indicador do ânimo dos consumidores norte-americanos.

→ O que move os mercados hoje

🇨🇳 Incerteza e caos. O aumento de contágios a níveis recordes na China poderia levar a uma retomada de bloqueios que prejudicam as cadeias de suprimentos e reduzem o consumo. Ao mesmo tempo, o Goldman Sachs avalia que a pressão de protestos poderia levar a China a desembarcar da sua política Covid Zero antes do segundo trimestre de 2023. Segundo o banco, essa hipótese tem 30% de chance de acontecer e levaria o país a abrir mão das políticas restritivas de modo desordenado antes de abril.

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🛍️ Pouco melhor. Dados preliminares da Black Friday mostram que o tráfego de consumidores em lojas nos Estados Unidos aumentou +2,9% e as vendas online cresceram + 2,3%, este último totalizando US$ 9,12 bilhões. O resultado é pequeno, mas supera até o momento a previsão de queda de -1,2% prevista pela S&P Global Market.

🗓️ Inflação, emprego, Powell. Os analistas colocam na balança indicadores importantes nesta semana e o mês de novembro termina na quarta-feira com o relatório de empregos ADP e um discurso do presidente do Fed, Jerome Powel. São fatores que podem mexer com as expectativas dos investidores para o aperto monetário nos EUA, assim como o núcleo da inflação PCE de outubro e a folha de pagamentos (Payroll), que serão conhecidos nos dias seguintes.

🟢 As bolsas na sexta-feira (25/11): Dow Jones Industrials (+0,45%), S&P 500 (-0,03%), Nasdaq Composite (-0,52%), Stoxx 600 (0,02%), Ibovespa (-2,55%)

Após um curto dia de negociações, os mercados acionários dos EUA encerraram com sinais divergentes. O Nasdaq caiu, o Dow Jones avançou e o S&P 500 fechou praticamente estável, mas teve ganho semanal de +1,5%. Os investidores continuaram ponderando o futuro da taxa de juros nos EUA, após a maioria dos membros do Fed se mostrar favorável à redução do ritmo de aumento na ata do último encontro.

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Na agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

EUA: Índice de Atividade Fed-Dallas/Nov

Europa: Zona do Euro (Massa Monetária /Out, Empréstimo Setor Privado); Reino Unido (Pesquisa de Varejo CBI/Nov)

América Latina: Brasil (Boletim Focus); México (Balança Comercial/Out)

Ásia: Hong Kong (Balança Comercial/Out); Japão (Taxa de Desemprego/Out, Vendas no Varejo/Out)

Bancos centrais: James Bullard (Fed), John Williams (Fed), Christine Lagarde (BCE), Joachim Nagel (Bundesbank)

📌 Para a semana:

Terça-Feira: EUA (Confiança do Consumidor-Conference Board/Nov); Zona do Euro (Expectativa de Inflação/Nov, Confiança do Consumidor/Nov); Alemanha (IPC/Nov); Reino Unido (Aprovação de Hipotecas/Out); Discursos de Luis de Guindos e Andrew Bailey

Quarta-feira: EUA (PIB/3T22, Núcleo de Preços PCE/3T22, Variação de empregos ADP, Livro Bege, Estoques no Varejo e no Atacado, Estoques de Petróleo-EIA); Zona do Euro (IPC/Out); Alemanha (Taxa de Desemprego/Nov); França, Itália e Portugal (IPC/Out, PIB/3T22); Bancos centrais (Discurso de Jerome Powell-Fed e Huw Pill-BoE)

Quinta-feira: EUA (Núcleo do ìndice de Preços PCE/Out, Renda e Gastos Pessoais/Out, Demissões Anunciadas Challenger/Nov); Zona do Euro (Taxa de Desemprego/Out); PMI Industrial (EUA, Zona do Euro, Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Espanha); Brasil (PIB/3T22); Banco Centrais (Discursos de Philip Lane-BCE)

Sexta-feira: EUA (Relatório de Emprego-Payroll/Nov, Taxa de Desemprego/Nov); Zona do Euro (IPP/Out); Bancos centrais (Discursos de Charles Evans-Fed, Christine Lagarde-BCE, Luis de Guindos-BCE, Joachim Nagel-Bundesbank, Haruhiko Kuroda-BoJ)

(Com informações da Bloomberg News)