Por que o JP Morgan vê impulso de US$ 1 trilhão para títulos globais em 2023

Demanda no mercado pode ser maior do que a redução estimada no estoque global de títulos de renda fixa

Mesmo em queda, o mercado de títulos deve ter resultado melhor do que no ano passado, quando a demanda encolheu US$ 5,9 trilhões
Por Garfield Reynolds
25 de Novembro, 2022 | 10:35 AM

Bloomberg — Em breve, o mercado global de renda fixa pode deixar o pior para trás diante da expectativa de que a oferta de títulos no mercado deve encolher mais rápido do que a demanda, de acordo com o JPMorgan Chase.

O principal fator será a redução estimada de US$ 1,6 trilhão do estoque global de títulos, o que superaria um corte projetado de cerca de US$ 700 bilhões na demanda, disseram estrategistas em Londres liderados por Nikolaos Panigirtzoglou, em relatório de pesquisa publicado na quinta-feira (24) -- uma diferença que tende a se refletir nos preços dos ativos.

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Mesmo mostrando queda, a estimativa aponta um resultado muito melhor do que o número do ano passado, quando a demanda encolheu US$ 5,9 trilhões, disseram os analistas.

Os preços dos títulos globais mostram queda em 2022, o que levou à primeira queda no mercado em uma geração provocado por juros mais altos, que também elevaram os rendimentos e a volatilidade.

A dívida global despencou 16% este ano e caminha para a primeira queda anual seguida desde pelo menos 1990, segundo um índice da Bloomberg. Ainda assim, o indicador subiu mais de 5% em novembro em meio ao apelo de “yields” mais altos e à perspectiva de um aperto monetário mais lento do Federal Reserve.

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“Após uma deterioração sem precedentes este ano, esperamos que o equilíbrio entre demanda e oferta de títulos melhore”, escreveram os estrategistas do JPMorgan. “Com os analistas focados nas perspectivas para 2023, há uma visão de consenso emergente de que a desaceleração do crescimento e recuo da inflação devem contribuir para a queda dos rendimentos dos títulos.”

Estoques mais baixos

Os banco centrais devem vender mais de seus estoques de dívida por meio do chamado aperto quantitativo no ano que vem, enquanto bancos comerciais também tendem a continuar reduzindo suas posições, de acordo com a equipe do JPMorgan.

Ao mesmo tempo, é provável que haja um aumento da demanda por gestores de reservas estrangeiras, fundos de pensão e investidores de varejo, com os dois últimos sendo atraídos por rendimentos mais altos, escreveram.

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A maior demanda líquida em 2023 provavelmente reduzirá o yield do índice de títulos Bloomberg Global Aggregate em cerca de 40 pontos-base, disseram os estrategistas. O rendimento está atualmente em 3,52%.

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