Bloomberg Línea — A semana termina com pregão mais curto nos Estados Unidos por causa do feriado do Dia de Ação de Graças, o que indica um menor volume de negociações. Com a agenda de indicadores esvaziada, as atenções se voltam mais uma vez para os desdobramentos da PEC da Transição e também para uma possível “dobradinha” de nomes para a Economia e Planejamento do governo eleito: Fernando Haddad e Persio Arida.
Veja as outras notícias que devem afetar os mercados nesta sexta-feira (25):
1. Nomes para os ministérios
Crescem os indícios de que o PT quer nomear Fernando Haddad e Persio Arida no comando da área econômica, mantendo assim o partido no comando de decisões estratégicas e abrindo espaço para que um economista liberal trabalhe na formulação de políticas públicas.
Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, a ideia é colocar Haddad no comando do Ministério da Fazenda, responsável por decisões de política econômica, enquanto Persio comandaria a pasta de Planejamento, que fica com o Orçamento e as discussões de reformas do Estado. Resta saber, no entanto, se Arida aceitaria o cargo. Nesta sexta-feira, Haddad participa de um almoço com banqueiros organizado pela Febraban e com a participação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
2. Alerta chinês
As infecções diárias por coronavírus na China ultrapassaram os 30.000 casos pela primeira vez na quinta-feira (24), enquanto as autoridades lutam para conter surtos que desencadearam um número crescente de restrições nas cidades mais importantes do país. Na capital Pequim, as ruas estão desertas e os serviços estão paralisados, à medida que os casos escalam e desencadeiam restrições semelhantes a lockdowns em partes da capital chinesa.
Nesta sexta, o banco central da China cortou a quantidade de dinheiro que os credores devem manter em reserva pela segunda vez no ano, em uma tentativa de apoio a uma economia atormentada pelo aumento de infecções e em desaceleração, sobretudo no setor imobiliário.
3. Mercados
Em dia de pregão mais curto por causa do feriado, os futuros americanos sobem e sinalizam que a semana fechará em terreno positivo, sobretudo depois que a ata da reunião do Federal Reserve aumentou as expectativas de que o aperto da política monetária pode finalmente começar a desacelerar. O Dow Jones futuro subia 0,19% às 9h15, o S&P tinha alta de 0,14% e, na contramão, o Nasdaq caía 0,10% no mesmo horário.
Por aqui, o Ibovespa futuro caía 0,44%, nos primeiros minutos de negociação, com mercado acompanhando os desdobramentos da transição de governo.
4. Manchetes do dia
- Estadão: Cúpula militar quer passar comando já em dezembro a nomeados por Lula
- Folha de S. Paulo: PT quer dobradinha de Haddad e Persio na área econômica
- O Globo: PT discute anunciar ministro da Fazenda para destravar PEC
- Valor: Juro alto inibe promoções do varejo na Black Friday
5. Agenda
Com um pregão mais curto nos Estados Unidos por conta do feriado do Dia de Ação de Graças, as negociações se encerram mais cedo por lá, às 13h00. Sem uma agenda de indicadores local e em dia de Black Friday, os investidores monitoram hoje as falas de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil, no tradicional almoço anual da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação, foi escalado para participar do evento enquanto o presidente eleito Lula (PT) se recupera de uma cirurgia. A presença de Haddad no evento pode servir como um teste de aceitação por parte do mercado, à medida que seu nome cresce como favorito para comandar o Ministério da Fazenda.
E também...
Os preços do petróleo sobem nesta manhã, reduzindo sua terceira perda semanal, com a União Europeia avaliando um teto de preço acima do esperado para o petróleo russo e as preocupações com a desaceleração econômica ameaçando as perspectivas de demanda. Às 8h30, o petróleo tipo Brent subia 1,58%, a US$ 86,69 o barril, enquanto o WTI avançava 2,22%, a US$ 79,67 o barril.
--Com informações da Bloomberg News
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