Bloomberg Opinion — As compras para a temporada de fim de ano normalmente se tornam uma ressaca financeira em janeiro. À medida que as dívidas do cartão de crédito aumentam, as famílias devem estar sempre mais determinadas a evitar gastos excessivos durante o final do ano. Com noções de economia comportamental, é possível sair ileso e com um saldo positivo.
A única maneira de vencer os comerciantes é enxergar através de seus artifícios: o bônus, a urgência e a facilidade de compra. Não se deixar enganar por essas técnicas pode ajudar os compradores a evitar promoções como a Black Friday, fazer menos compras online e adiar a compra de coisas para si mesmos. Assim, em vez disso, é possível criar um responsabilidade mútua ao pedir para que familiares e amigos limitem os presentes.
Não se deixe levar por grandes descontos. A estrutura das vendas são eventos demasiadamente coreografados por marqueteiros que sabem explorar os sistemas de recompensa do cérebro. Ao oferecer uma recompensa – a “enorme” economia entre o preço real e o preço de venda – e criar urgência com um limite de tempo, os marqueteiros incentivam as compras por impulso.
Evite fazer compras como terapia. Mais da metade dos clientes admitem comprar presentes para si mesmos. Sim, é possível encontrar algo para si mesmo enquanto procura o presente ideal para outrem. Eu entendo. Junte a facilidade das compras online, um copo de vinho e o estresse da época de fim de ano e os consumidores acabam comendo na mão dos vendedores. O problema é que ao fazer compras e ficar atraído por promoções, você pode estar comprando mais do que esperava. Em vez disso, tome nota do que deseja, mas espere. Itens grandes e caros também oferecem descontos em outras épocas do ano – e o tempo ajuda o consumidor a discernir qualidade e comparar preços.
Fazer compras como terapia é muito tentador, principalmente quando você está chateado, e muitas pessoas se sentem exatamente assim no final do ano. Os publicitários sabem disso. Para vencer o sistema, anote todas as propagandas que prometem aos compradores que os gastos irão de alguma forma recompensar o comprador e melhorar seu humor.
A pressão também pode ajudá-lo a deixar de gastar demais. Todo final de ano, tenho a mesma conversa com meus amigos e familiares: como podemos limitar os presentes e as pessoas que os receberão? Sem um acordo, os gastos aumentam à medida que os presentes ficam mais caros e mais numerosos. Quase todos que conheço desejam que o número de presentes seja menor e que sejam mais baratos. E quase ninguém quer impor isso.
O combinado não sai caro. Você pode fazer um amigo secreto com sua família, por exemplo, e comprar apenas um presente para uma pessoa, e estabelecer um preço limite para o presente.
Muitas pessoas gostam da época de festas porque procurar o presente perfeito para alguém que você ama é uma alegria. Se você puder resistir às compras impulsivas e ao frenesi das promoções e administrar as expectativas de seus amigos e família, você pode ser generoso e, ao mesmo tempo, garantir que sua família entre em 2023 mais feliz e menos endividada.
Esta coluna não reflete necessariamente a opinião do conselho editorial ou da Bloomberg LP e de seus proprietários.
Teresa Ghilarducci é professora de economia Schwartz na New School for Social Research. Ela é co-autora de “Rescuing Retirement” e membro do conselho de diretores do Economic Policy Institute.
Veja mais em Bloomberg.com
Leia também
Greve e protestos na Black Friday em 40 países podem prejudicar a Amazon?