Greve e protestos na Black Friday em 40 países podem prejudicar a Amazon?

A tensão com trabalhadores dos centros de distribuição é um problema de longa data para a gigante do varejo online

Black Friday é dias mais movimentados do ano para a empresa
Por Bloomberg News - Olivia Solon - Aggi Cantrill - Benoit Berthelot
24 de Novembro, 2022 | 11:14 AM

Bloomberg — Milhares de trabalhadores de depósitos da Amazon (AMZN) em cerca de 40 países planejam participar de protestos e greves em meio à Black Friday - definitivamente um dos dias mais movimentados do ano para a empresa.

Funcionários nos Estados Unidos, Reino Unido, Índia, Japão, Austrália, África do Sul e em toda a Europa pedem salários e condições de trabalho melhores à medida que a crise do custo de vida se aprofunda, em uma campanha chamada “Make Amazon Pay”. A campanha está sendo coordenada por uma coalizão internacional de sindicatos, com o apoio de grupos ambientalistas e da sociedade civil.

A tensão com os trabalhadores é um problema de longa data para a gigante do varejo online, que enfrenta denúncias de práticas trabalhistas injustas, além de protestos constantes de funcionários e campanhas sindicais em algumas unidades. No que foi visto como um divisor de águas, os trabalhadores de um depósito em Staten Island, Nova York, votaram este ano para formar um sindicato.

“Embora não sejamos perfeitos, se você observar objetivamente o que a Amazon está fazendo nessas questões importantes, verá que levamos nosso papel e nosso impacto muito a sério”, disse o porta-voz da Amazon, David Nieberg.

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Ele citou a meta da empresa de atingir zero emissões de gases de efeito estufa até 2040 e que “continuará a oferecer salários competitivos e ótimos benefícios, além de inventar novas maneiras de manter nossos funcionários seguros e saudáveis”.

Os sindicatos da França e da Alemanha estão liderando a mais recente ação coletiva com greves coordenadas em 18 grandes depósitos destinados a interromper as remessas para os principais mercados europeus.

No Reino Unido, trabalhadores associados a outro sindicato planejaram protestos do lado de fora de vários depósitos. Nos EUA, protestos e comícios acontecerão em mais de 10 cidades e do lado de fora de um prédio de apartamentos na 5ª Avenida, em Nova York, onde o fundador da Amazon, Jeff Bezos, possui uma propriedade.

Vários atos também foram planejados na Índia, enquanto no Japão, membros de um sindicato recém-formado protestarão do lado de fora da sede nacional localizada em Tóquio. Em Bangladesh, trabalhadores da Amazon marcharão em Dhaka e Chittagong.

Algumas manifestações se concentrarão na pegada ambiental e social da Amazon, por exemplo na Irlanda, onde as pessoas se reunirão do lado de fora dos escritórios da empresa em Dublin para rejeitar dois novos data centers planejados na cidade. Na África do Sul, os manifestantes se reunirão perto dos novos escritórios da Amazon na Cidade do Cabo, que estão em terras consideradas sagradas pelos indígenas.

Alguns sindicatos levantaram preocupações sobre o atual clima econômico em meio a um aviso da Amazon de que sua temporada de férias pode não ser tão ativa quanto de costume. A decisão da empresa de demitir 10.000 funcionários também tornará as negociações salariais ainda mais desafiadoras.

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