O que esperar da ata do Fed e 4 assuntos do Brasil e do mundo

Confira os principais tópicos que vão marcar o sentimento dos mercados nesta quarta-feira (23)

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Bloomberg Línea — A quarta-feira começa com os olhares voltados para o exterior. Enquanto investidores estão em compasso de espera, no aguardo da divulgação da ata do Federal Reserve, que dará pistas sobre a continuidade do aperto monetário no país, os mercados monitoram também a alta de casos de covid-19 na China e o aumento de restrições de circulação que se alastram pelo país e podem mais uma vez colocar em jogo o crescimento da segunda maior economia do mundo.

Por aqui, sem agenda de indicadores, as expectativas giram mais uma vez em torno dos desdobramentos da PEC da Transição, que podem continuar mexendo com o ânimo dos investidores.

Veja as outras notícias que devem afetar os mercados nesta quarta-feira (23):

1. Ata do Fed

O Federal Reserve divulga às 16h (horário de Brasília) a ata da última reunião de política monetária, o que deve indicar até que ponto as autoridades do banco central americano estavam em acordo na decisão no início do mês, quando discutiram um pico mais alto para as taxas de juros do que o sinalizado anteriormente, enquanto os esforços para reduzir a inflação continuam. Investidores apostam que o Fed vai optar por uma alta de 0,50 ponto na reunião de dezembro, o que elevaria o intervalo da meta para 4,25% a 4,5% ao ano. Com isso, as taxas atingiriam um pico no próximo ano, em torno de 5%.

O presidente do Fed, Jerome Powell, sugeriu na entrevista coletiva após a reunião de novembro que o banco central vai mirar altas menores para as taxas em dezembro. No entanto, o mais importante para os mercados financeiros e para a economia é quando as autoridades do BC americano vão se sentir satisfeitas com seus avanços para domar a inflação e, então, cessar completamente os aumentos das taxas.

2. Ponto de inflexão

A China tem visto um número quase recorde de novos casos de covid-19, estimulando as principais cidades, de Pequim a Xangai, a retomar as restrições aos movimentos das pessoas e os teste em massa. O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou em relatório nesta quarta (23) que o país precisa continuar recalibrando sua estratégia de covid zero e aumentar a confiança no mercado imobiliário para estimular o crescimento econômico no próximo ano, e que o governo local precisará acelerar o ritmo das vacinações e mantê-las em um nível alto.

De acordo com analistas da Nomura Holdings, um total de 48 cidades chinesas estão sujeitas a algum tipo de restrição de movimento em nível distrital ou generalizada.

3. Mercados

Os futuros americanos firmaram uma direção única e passaram a subir nesta manhã, com os investidores no aguardo da ata do Federal Reserve em busca de pistas sobre o ritmo futuro de subida das taxas de juros. Às 9h00, os futuros do Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq subiam, respectivamente, 0,09%, 0,11% e 0,12% no mesmo horário. O Dollar Index, que mede a força da moeda americana em comparação com uma cesta de outras moedas, caía 0,16% no mesmo horário. Por aqui, o Ibovespa futuro abriu em 0,22% no mesmo horário.

4. Manchetes do dia

  • Estadão: Em troca de PEC, Lula aceita que Congresso destine verbas
  • Folha de S. Paulo: PEC trava, corre risco de desidratar, e PT monta força-tarefa
  • O Globo: Governo eleito sinaliza que aceitará nova regra fiscal
  • Valor: Empresas vão bem no 3º tri com impulso da atividade

5. Agenda

Com mais um dia de agenda de indicadores esvaziada no Brasil, os olhos dos investidores se voltam para os desdobramentos da PEC da Transição, quaisquer novas sinalizações do novo governo eleito e, claro, a ata do Federal Reserve, que pode dar sinais mais claros sobre a intensidade e a duração do aperto monetário nos EUA contra a inflação.

Ainda assim, a agenda de indicadores americana reserva a divulgação das vendas de casas novas de outubro, pedidos iniciais de seguro desemprego, pedidos de bens duráveis de outubro, expectativa de Inflação e confiança do consumidor da Universidade de Michigan de novembro.

E também...

Os preços do petróleo subiam no início da da sessão desta quarta-feira, mas passaram a cair com as preocupações da demanda chinesa compensando a grande queda nos estoques de petróleo dos Estados Unidos. De acordo com o American Petroleum Institute, os estoques de petróleo bruto dos EUA caíram cerca de 4,8 milhões de barris somente na semana passada. Às 8h15, o petróleo tipo Brent despencava 2,37%, a US$ 86,29 o barril, enquanto o WTI recuava 1,96%, a US$ 79,36 o barril.

--Com informações da Bloomberg News

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