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Compromisso com redução em 50% de CO2 leva setor privado à descarbonização de suas frotas

Substituição por veículos elétricos é aposta de empresas para reduzir emissões de gases de efeito estufa

Caminhões sendo abastecidos, fonte:
JBS

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A eletromobilidade, conceito que se refere à transição de veículos de combustão interna para os movidos a energia elétrica, que não dependem de outros tipos de combustíveis, tornou-se uma tendência global e vem se estabelecendo também no Brasil.Em sintonia com o compromisso de reduzir em 50% a emissão de gases de efeito estufa (GEE) até 2030, assumido pelo Brasil na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP 26, diversas indústrias vêm adotando políticas mais sustentáveis para uma transição energética. A substituição de veículos movidos a combustíveis fósseis por veículos elétricos (V.E.), menos poluentes, é uma delas.

A mudança de combustíveis fósseis para fontes renováveis faz parte de um processo chamado de descarbonização, que tem como objetivo alcançar a neutralização da emissão de CO2 proveniente da utilização de combustíveis não-renováveis e mais poluentes. Petróleo, carvão mineral e gás natural são exemplos desse tipo de combustível, que abrange desde o diesel e gasolina utilizados nos carros até o gás de cozinha, muito presentes no dia a dia dos brasileiros.

Para Márcio Severine, Diretor de Infraestrutura e membro do Conselho Diretor da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), a população brasileira é receptiva e está aderindo cada vez mais à eletromobilidade, principalmente no que diz respeito à eletrificação de frotas de empresas, em grande volume, para um mesmo fim.

“Os brasileiros são early adopters de novas tecnologias, e o carro elétrico está sendo mais uma inovação bem recebida no mercado. Temos observado uma evolução constante no número de veículos elétricos em circulação, principalmente em frotas, e caminhando para veículos para pessoas físicas”

Um levantamento feito pela ABVE confirma a tendência: a frota elétrica em circulação no Brasil (incluindo veículos híbridos) passou dos 100 mil veículos em 2022. De acordo com dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), o número de automóveis elétricos emplacados cresceu quase 35% no primeiro semestre de 2022 em comparação ao mesmo período do ano passado.

Como parte das iniciativas do setor privado para promover a descarbonização, a JBS (JBSS3), a maior empresa de alimentos do mundo, lançou uma empresa de locação de veículos 100% elétricos, a No Carbon, responsável pela gestão de uma frota de caminhões refrigerados. O lançamento faz parte de uma estratégia alinhada à meta da companhia de tornar-se Net Zero até 2040, ou seja, zerar o balanço líquido das emissões de gases de efeito estufa e compensar o residual.

“Com a No Carbon, a JBS cria um negócio de locação de veículos elétricos, para atender a demanda interna na Distribuição varejo da Friboi, Seara e Swift e também para atender clientes externos que desejem operar uma frota sustentável” afirma Maria Paula Silveira Bibar, gerente de Sustentabilidade da JBS Novos Negócios.

Para atender a demanda da JBS, a No Carbon terá uma frota de caminhões V.U.C. (veículos urbanos de carga) 100% elétricos e refrigerados, que substituirão os modelos a diesel usados pelos prestadores de serviço logístico à empresa. Cada caminhão tem capacidade de transporte de até quatro toneladas de carga de produtos resfriados e congelados e pode ser recarregado nos centros de distribuição das marcas, espalhados por diversas localidades do Brasil.

O plano, a médio prazo, é a expansão da locação de veículos No Carbon para outros players do mercado com alta demanda de serviços logísticos e que tenham interesse na eletrificação das suas frotas, como os ramos de varejo e e-commerce. O intuito é ampliar a iniciativa sustentável da JBS e incentivar a transição para veículos elétricos no mercado brasileiro. Estima-se que cada VUC elétrico evite o lançamento de 30 toneladas de gás carbônico (CO2) na atmosfera. A adoção em larga escala melhoraria consideravelmente a qualidade do ar em cidades brasileiras como São Paulo, que tem apresentado níveis de poluição atmosférica acima do recomendado pela Organização Mundial de Saúde por 22 anos seguidos, segundo dados do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA).

A concentração de gases poluentes na atmosfera é responsável por diversos problemas de saúde na população brasileira, tanto agudos quanto crônicos, como a asma. Para os especialistas do IEMA, o principal fator que afeta diariamente a qualidade do ar é o trânsito de veículos movidos a combustíveis fósseis, como gasolina e óleo diesel.

Além do menor impacto ambiental, há outra vantagem importante nos automóveis elétricos: o custo de operação e manutenção pode chegar a ser um sexto do modelo convencional. Isso acontece porque eles não possuem partes como filtro de ar, sistema de escapamento e bomba de injeção, que tornam os reparos mais custosos.

Uma transição energética mudaria a economia brasileira e global como um todo, abrangendo não só transportes de carga, mas também transportes públicos e de passageiros.

“O Brasil tem a característica de ser um país produtor e exportador de veículos há muitos anos e não podemos perder isso. Temos que investir na produção de veículos elétricos e de baterias. Nessa nova economia, não podemos abrir espaço para que outros países tomem lugar em um mercado no qual sempre tivemos protagonismo”, conclui Severine.

A concorrência é forte: os Estados Unidos, por exemplo, estabeleceram a meta de que, até 2030, 50% dos automóveis vendidos no país sejam elétricos. Países como Noruega e Holanda estão liderando essa transição na União Europeia, de acordo com o estudo EV Readiness Index 2022.O Diretor da ABVE opina que, apesar da necessidade de maior investimento em desenvolvimento e infraestrutura, o mercado de veículos elétricos no Brasil tem potencial para superar os de países desenvolvidos devido à matriz energética brasileira, que é bastante diversificada. A previsão é de que os números cresçam ainda mais nos próximos anos com a destinação de recursos para o setor.