Bloomberg Línea — O Partido Liberal (PL), do presidente Jair Bolsonaro, acaba de anunciar na tarde desta terça-feira (22) que entrou com uma representação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o pedido de investigação e eventual anulação de uma parte das urnas utilizadas no segundo turno das eleições no último dia 30 de outubro.
A alegação é a de que em tais urnas teriam sido encontradas “números de registro inconsistentes”, um sinal de mau funcionamento, segundo análise de uma empresa terceirizada a pedido do PL.
A disputa consagrou como novo presidente eleito do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 50,9% dos votos válidos, contra 49,1% de Bolsonaro - a diferença entre os dois candidatos chegou a 2,1 milhões de votos. Lula foi eleito com mais de 60,3 milhões de votos válidos.
A eventual anulação dessas urnas, fabricadas até 2020 e equivalentes a cerca de 60% do total, levaria à reeleição de Bolsonaro com 51,05% dos votos válidos.
Minutos depois da divulgação da notícia do pedido do PL ao TSE, o Ibovespa ampliou as perdas para pouco mais de 1%, enquanto o dólar acelerou a alta em relação ao real, para perto de 1%, perto de R$ 5,40.
Segundo a representação, anunciada em entrevista em Brasília pelo presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, urnas eletrônicas dos modelos UE2009, UE2010, UE2011, UE2013 e UE2015 teriam apresentado sinais de mau funcionamento que poderiam justificar a anulação dos votos registrados.
Segundo petição assinada pelo presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, o PL deve apresentar informações adicionais sobre o primeiro turno em até 24 horas. As urnas eletrônicas apontadas foram utilizadas tanto no primeiro turno quanto no segundo turno das eleições.
- Em atualização.
- Com a Bloomberg News.
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