Bloomberg Línea — A Justiça Eleitoral respondeu nesta tarde de terça-feira (22) ao pedido do Partido Liberal (PL), do presidente Jair Bolsonaro, de investigação e eventual anulação de parte das urnas eletrônicas utilizadas no segundo turno das eleições no último dia 30 de outubro. Se o pedido for acatado integralmente, Bolsonaro seria reeleito contando os votos de cerca de 40% das urnas de todo o país.
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, deu prazo de 24 horas para que o PL faça o aditamento da petição na qual pede a anulação de votos das eleições.
O pedido foi tornado público pelo presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, em entrevista em Brasília por volta das 16h desta terça e alega que determinados modelos de urnas eletrônicas fabricadas antes de 2020 teriam apresentado números de registro inconsistentes, o que seria sinal de mau funcionamento. Isso levaria à necessidade de anulação dos votos contidos em mais da metade das urnas do país.
Segundo resposta de Moraes, as mesmas urnas eletrônicas foram utilizadas nos dois turnos da eleição. Portanto, as denúncias só serão consideradas para análise se o primeiro turno também for revisto, escreveu o presidente do tribunal, ministro Alexandre de Moraes, em sua decisão.
No despacho, Moraes pede que o partido apresente a relação de urnas supostamente defeituosas nos dois turnos, alegando que as urnas também foram usadas no primeiro turno.
“As urnas eletrônicas apontadas na petição inicial foram utilizadas tanto no primeiro turno quanto no segundo turno das eleições de 2022. Assim, sob pena de indeferimento da inicial, deve a autora aditar a petição inicial para que o pedido abranja ambos os turnos das eleições, no prazo de 24 horas”, disse o ministro.
Leia também
Bolsonaro diz que vai cumprir Constituição e governo dará início à transição
Lula diz que vitória não foi dele nem do PT, mas de movimento democrático