Lições do colapso da FTX

Também no Breakfast: Musk ameaça novas demissões no Twitter; a visão de duas novas lideranças da Câmara sobre os desafios do governo Lula e como Copa do Mundo e mercados se relacionam

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À medida que os dias passam, surgem novas informações sobre o colapso da exchange FTX, do ex-bilionário Sam Bankman-Fried. Uma lista divulgada no fim de semana pelos administradores do grupo em recuperação judicial revelou que a dívida somada da FTX com os 50 maiores credores sem garantias chega a US$ 3,1 bilhões. O maior credor tem US$ 226 milhões a receber.

A lista não abriu nomes, mas alguns dos investidores institucionais lesados já vieram a público reconhecer as perdas em seus portfólios, classificando o dinheiro investido na FTX como de improvável recebimento. Foi o caso da Sequoia Capital, com US$ 214 milhões em prejuízo.

Outro caso foi o do Ontario Teachers’ Pension Plan, um dos maiores fundos de pensão do mundo, que administra US$ 181 bilhões em ativos. Reconhecido pelo zelo com a governança das empresas em que investe e seus processos de due dilligence, o fundo, no entanto, acabou ignorando alguns “sinais” no processo decisório de alocação de US$ 95 milhões na FTX.

O Ontario Teachers revelou o fato de que a FTX não tinha, por exemplo, um conselho considerado adequado com membros independentes e experientes, além do conflito de interesses com a sua trading Alameda Research, segundo reportagem da Bloomberg News.

Leia também esta matéria exclusiva: Empresário brasileiro prepara ação coletiva contra FTX nos EUA. E acompanhe a cobertura do colapso da FTX na Bloomberg Línea

No Radar

A semana começa com preocupações sobre o aumento de casos e mortes por Covid na China. Abreviada pelo Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos, na sexta-feira, a semana tem como destaque as atas das reuniões do Federal Reserve (Fed) e do Banco Central Europeu (BCE), onde os investidores buscarão sinais sobre os próximos passos do aperto monetário em ambas as economias.

😷 Covid ressurge. A reabertura da China está em xeque após três óbitos por Covid reportados neste fim de semana, as primeiras mortes em seis meses. Os investidores asiáticos buscam ativos de proteção, temerosos de que a desescalada da política Covid Zero, precificada nos ativos na última semana, possa não se concretizar no curto prazo e que flexibilizações recentes, como a redução do tempo de quarentena, sejam derrubadas.

🏦 Fed e BCE. Os discursos de membros do Fed, que movimentaram os negócios na última semana, também conduzirão as apostas do mercado. Na sexta-feira, o presidente do Fed de Atlanta defendeu um ritmo mais gradual que leve o juro próximo de 5%.

↔️️ Outros vetores da semana. O mercado acompanha de perto dados que medirão o pulso da economia e do consumo, como os indicadores PMIs compostos de Indústria e Comércio dos Estados Unidos e da Europa, bem como o desempenho da Black Friday, que dará ideia do pulso do consumo. Os analistas monitoram ainda o desenlace da onda de demissões no Twitter, que deve atingir outros setores após os cortes na área de engenharia, e do impacto da derrocada do império FTX.

🟢 As bolsas na sexta-feira (18/11): Dow Jones Industrials (+0,59%), S&P 500 (+0,48%), Nasdaq Composite (+0,01%), Stoxx 600 (+1,16%), Ibovespa (-0,76%)

As bolsas norte-americanas encerraram o último pregão com leves ganhos, interrompendo a sequência de dois dias de perdas. Segundo analistas, investidores digeriram as declarações de dias anteriores de presidentes regionais do Fed sinalizando que a taxa de juros deve continuar a subir mesmo com o alívio mais recente de inflação ao consumidor nos EUA em outubro. No Brasil, por outro lado, preocupações com a política fiscal do próximo governo continuaram a ditar o rumo negativo das negociações.

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Agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

• Feriado: México e Argentina

• EUA: Índice de Atividade - Fed Chicago/Out

• Europa: Alemanha (IPP/Out)

• Ásia: Hong Kong (IPC/Out)

• América Latina: Brasil (Boletim Focus)

• Bancos centrais: Discursos de John Cunliffe (BoE), Joachim Nagel (Bundesbank) e Edouard Fernandez-Bollo (BCE)

• Balanços: Dell, Agilent, Compass, Zoom

📌 Para a semana:

Terça-feira: EUA (Índice Redbook, Índice de Manufatura-Fed Rishmond/Nov); Zona do Euro (Confiança do Consumidor, Transações Correntes/Set); Reino Unido (Dívida Líquida do Setor Público); Japão (IPC); Discursam Loretta Mester, James Bullard e Esther George (Fed)

Quarta-feira: Feriado no Japão; EUA (Venda de Casas Novas/Out, Pedidos Iniciais de Seguro Desemprego, Pedidos de Bens Duráveis /Out, Expectativa de Inflação e Confiança do Consumidor-Univ. Michigan/Nov); PMI Composto (EUA, Zona do Euro, Reino Unido, Alemanha, França, Japão); Bancos centrais (Fed divulga Ata da reunião do FOMC)

Quinta-feira: Alemanha (Índice IFO de Clima de Negócios/Nov); Reino Unido (Índice CBI de Tendências Industriais/Nov); Bancos Centrais (BCE divulga Atas da Reunião de Política Monetária, Discursam Isabel Schnabel (BCE), Catherine Mann (BoE); David Ramsden, Huw Pill (BoE))

Sexta-feira: Feriado: EUA (Dia de Ação de Graças); Alemanha (PIB/3T22, Clima do Consumidor-GfK/Dez); França e Itália (Confiança do Consumidor/Nov)

Destaques da Bloomberg Línea:

Musk estuda demitir funcionários de vendas e parcerias do Twitter nesta segunda

Tabata Amaral: relação de Lula com Congresso depende de respaldo da sociedade

Van Hattem: direita conservadora e liberal veio para ficar e crescerá na oposição

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• Opinião Bloomberg: Quer acertar o campeão da Copa do Mundo do Catar? Não siga o dinheiro

• Pra não ficar de fora: Elizabeth Holmes, fundadora da Theranos, é condenada a mais de 11 anos de prisão

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