Covid na China volta a preocupar e mercados operam em baixa

Investidores temem que a reabertura da China demore ainda mais e também acompanham desdobramentos das dívidas da FTX e das demissões no Twitter

Estes são os eventos que orientam os investidores hoje
Por Bianca Ribeiro
21 de Novembro, 2022 | 07:32 AM

Barcelona, Espanha — A semana começa com preocupações sobre o aumento de casos e mortes por Covid na China. Abreviada pelo Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos, na sexta-feira, a semana tem como destaque as atas das reuniões do Federal Reserve (Fed) e do Banco Central Europeu (BCE), onde os investidores buscarão sinais sobre os próximos passos do aperto monetário em ambas as economias.

→ O que move os mercados hoje

😷 Covid ressurge. A reabertura da China está em xeque após três óbitos por Covid reportados neste fim de semana, as primeiras mortes em seis meses. Os investidores asiáticos buscam ativos de proteção, temerosos de que a desescalada da política Covid Zero, precificada nos ativos na última semana, possa não se concretizar no curto prazo e que flexibilizações recentes, como a redução do tempo de quarentena, sejam derrubadas.

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🏦 Fed e BCE. Os discursos de membros do Fed, que movimentaram os negócios na última semana, também conduzirão as apostas do mercado. Na sexta-feira, o presidente do Fed de Atlanta defendeu um ritmo mais gradual que leve o juro próximo de 5%.

↔️️ Outros vetores da semana. O mercado acompanha de perto dados que medirão o pulso da economia e do consumo, como os indicadores PMIs compostos de Indústria e Comércio dos Estados Unidos e da Europa, bem como o desempenho da Black Friday, que dará ideia do pulso do consumo. Os analistas monitoram ainda o desenlace da onda de demissões no Twitter, que deve atingir outros setores após os cortes na área de engenharia, e do impacto da derrocada do império FTX.

→ Leia também o Breakfast, a newsletter matinal da Bloomberg Línea: Lições do colapso da FTX

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🌡️ COP27 avança, mas ainda é insuficiente. A conferência sobre mudança climática encerrou com um acordo que nem avançou no objetivo de reduzir as emissões e nem adotou novas medidas para preservar o limite de 1,5º C para o aquecimento global. A conquista do encontro foi a concordância em criar um fundo, a ser detalhado nos próximos encontros, que ajudará nações vulneráveis atingidas por danos irreversíveis gerados pelo aquecimento global. Na visão de Frans Timmermans, representante da União Europeia no encontro, o acordo final “não é um passo à frente suficiente para as pessoas e o planeta”.

Os mercados esta manhã
🟢 As bolsas na sexta-feira (18/11): Dow Jones Industrials (-0,02%), S&P 500 (-0,31%), Nasdaq Composite (-0,35%), Stoxx 600 (-0,42%), Ibovespa (-0,49%)

As bolsas norte-americanas recuaram pelo segundo pregão seguido, direcionadas pela perspectiva de que o ciclo de aperto monetário nos EUA possa levar o juro a um patamar ainda maior que o previsto. Discursos de membros do banco central reforçaram essa impressão, especialmente as palavras de James Bullard, para quem a taxa deveria ser elevada ao menos até 5% a 5,25% ao ano. Adicionalmente, o número de pedidos de seguro-desemprego ficou abaixo do previsto e um mercado de trabalho forte pressupõe um suporte para a inflação.

Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados e se inscreva no After Hours, a newsletter vespertina da Bloomberg Línea com o resumo do fechamento dos mercados.

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Na agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

EUA: Índice de Indicadores Antecedentes/Out, Venda de Casas Existentes/Out

Europa: Reino Unido (Vendas no Varejo/Out, Índice GFK/Nov) França (Taxa de Desemprego); Portugal (Transações Correntes/Set)

Bancos centrais: Discursam Susan Collins (Fed), Christine Lagarde (BCE), Catherine Mann (BoE) e Joachim Nagel (Bundesbank)

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Balanços: JD. com, Tokio Marine, OHL

📌 Para segunda-feira:

• EUA (Índice de Atividade-Fed Chicago/Out); Alemanha (IPP/Out); Hong Kong (IPC/Out); Balanços (Dell, Agilent, Compass); Feriado (México e Argentina)

(Com informações da Bloomberg News)

Bianca Ribeiro

Bianca Ribeiro

Jornalista especializada em economia e finanças, com passagem por redações e veículos focados em economia, como Valor Econômico, Agência Estado e Folha de S.Paulo.