Ilan Goldfajn é eleito e será o primeiro brasileiro a comandar o BID

Ex-presidente do Banco Central foi escolhido em votação à frente de outros quatro candidatos de países da América Latina

Ilan Goldfajn vai comandar o BID, um dos principais organismos multilaterais do mundo (Andre Coelho/Bloomberg)
20 de Novembro, 2022 | 11:55 AM

Bloomberg Línea — O brasileiro Ilan Goldfajn acaba de ser escolhido neste domingo (20) para ser o próximo presidente do BID, o Banco Interamericano de Desenvolvimento, um dos principais organismos multilaterais do mundo. Ele será o primeiro brasileiro a ocupar essa função no BID, que existe desde 1959 e cuja sede fica em Washington, nos Estados Unidos.

Goldfajn é atualmente diretor do Diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do FMI (Fundo Monetário Internacional), também na capital americana, e anteriormente foi presidente do Banco Central do Brasil entre 2016 e 2019. Foi também economista-chefe do Itaú Unibanco e diretor de Política Econômica do Banco Central de 2000 a 2003.

O BID é apontada como a principal instituição não-privada a financiar projetos econômicos, sociais e de infraestrutura na América Latina e no Caribe. Em 2021, emprestou cerca de US$ 23 bilhões a projetos na região.

O economista brasileiro derrotou em votação dos governos dos 48 países da região outros quatro candidatos: Cecilia Todesca Bocco, da Argentina, Gerard Johnson, de Trinidad and Tobago, Gerardo Esquivel Hernández, do México, e Nicolás Eyzaguirre Guzmán, do Chile.

PUBLICIDADE

Para ser eleito, Goldfajn contou com o apoio do governo americano, do presidente Joe Biden, um fator fundamental dado que os Estados Unidos possuem o maior peso na votação, com cerca de 30% do total.

Goldfajn foi apontado como candidato para representar o país pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, dentro do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Nas últimas semanas, com a eleição de Lula (PT), alas políticas que vão compor o próximo governo tentaram adiar a eleição para que um novo representante pudesse ser designado, mas a articulação política não prosperou. O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega seria um dos potenciais candidatos do novo governo.

A presidência do BID está sendo ocupada de forma interina por Reina Irene Mejía Chacón, de Honduras, que é também a vice-presidente, desde a renúncia do americano Mauricio Claver-Carone em setembro.

Carone caiu do cargo depois de uma investigação interna que concluiu que ele quebrou as regras de conduta da instituição ao se relacionar com uma funcionária.

Leia também

Trabalho informal dificulta a tarefa dos BCs de reduzir a inflação, diz Ilan Goldfajn

Lula quer adiar indicação para presidência do BID até a sua posse